domingo, 20 de março de 2022

DCC RPG Sessão 19 Visita inesperada em Turana

20/03/2022

Em Turana, alguns daqueles que haviam retornado da Fortaleza de Molan, estavam agora reunidos em uma sala na sede do vilarejo,

Evo, um dos conselheiros, havia convocado o grupo, e agora apresentava o silencioso e estranho visitante. Completamente careca, sem sobrancelhas ou cílios, o convidado adentrou instantes antes a sala, com passos claudicantes e apoiado numa bengala grande, que tinha quase o tamanho de um cajado.

A primeira coisa que disse foi "Gostaria de ir até a Fortaleza de Molan. Quero que me levem até lá." 

Os aldeões se entreolham e começam a cochichar, até que uma voz mais alta que a dos outros se sobressai, e Coffin Joe diz "Eu preciso voltar àquele lugar. Algo não esta completamente terminado."

O estrangeiro se chama Falcor e pergunta se seriam capazes de lavá-lo até a fortaleza. Ele diz que havia ouvido da boca de um bardo de estrada, um tal Blackmore, o incrível e inacreditável relato de que um grupo de camponeses maltrapilhos havia subjugado Molan, quando este tentava retornar a sua fortaleza.

Coffin Joe diz que Molan havia sido vencido porque foi fraco... Falcor repete, "Inacreditável mesmo."

O estrangeiro então diz que os aldeões terão a tarde para pensar, e que a noite estará na Taberna do Sam para fazer uma proposta àqueles que se interessarem.

À noite, conforme combinado, Coffin Joe, Thule e Jana vão até a taberna. Algum tempo depois, Falcor com seu passo lento e apoiado pela bengala, adentra a taberna.

Sem cerimônias, senta-se na mesa do grupo e em silêncio fica esperado os aldeões se manifestarem. Finalmente Jana toma a frente, e pergunta o que exatamente Falcor pretendia na fortaleza, e pelo que já havia dito, se conhecia Molan.

Falcor diz que conhecia a história antiga de Molan, e que se interessou por essa notícia de uma tentativa de retorno do Lorde do Caos. Thule insiste "Mas o que procura exatamente?" 

O estranho diz que coisas antigas lhe interessam, coisas que possam ser adquiridas por ele e talvez repassadas gerando algum lucro. Em seguida pergunta "Aproveitando, o que vocês encontraram lá?". Coffin Joe diz que algumas gemas e moedas, e o estrangeiro faz uma careta de descaso. Jana disse que havia trazido um incensário, para o que Falcor se interessa e pede para que assim que possível dar uma olhada no item pois poderiam negociá-lo. Então Falcor pergunta "Encontraram algum livro?" Os companheiros pensam rapidamente, e lembram-se que na capela da fortaleza encontraram um, mas não se lembravam com quem havia ficado.

Falcor diz que tinha interesse em olhar esse livro. Durante toda essa conversa, Falcor vai tomando nota de todos os detalhes.

Em dado momento, Falcor faz um sinal para Sam, que traz uma caneca de cerveja para cada um da mesa. O estrangeiro leva a caneca até o nariz, faz uma careta, pousa-a novamente sobre a mesa e a afasta. Thule tem a nítida impressão de que enquanto o estranho segurava a caneca, algo vivo parecia se movimentar em seu interior, em meio a cerveja, mas quando recolocada sobre a superfície da mesa o conteúdo voltou a parecer cerveja normal. Thule pergunta o que era aquilo, ao que Falcor retruca "Isso o que?". Thule então responde que seus olhos estão lhe pregando peças.

Falcor oferece 2gp para ir e 2gp para voltar a cada um daqueles que já estiveram na fortaleza, e que poderia fazer ofertas para alguém que pudesse ser útil, se alguém útil existisse nessas paragens, para compor o grupo.

Pergunta quem seria o líder dos aldeões, e Jana e Thule olham para Coffin Joe. "Então você é o líder. Aqui estão 7gp para se equiparem. Se precisarem de mais alguma coisa, procurem por Evo. Ele me repassará suas necessidades. Espero que em dois dias estejam prontos."

Falcor se levanta da mesma maneira lenta e manca, e sai da taberna.  

 

OLD DRAGON Sessão A4 A Senhora da Serpente Parte 1

19/03/2022 

A sala de reuniões na Taverna do Chifre Quebrado mantinha a decoração discreta e as as longas cortinas vermelhas que cobriam as janelas, garantindo o anonimato daqueles que participariam do encontro.

O bonachão taberneiro Paco já havia colocado sobre a pesada mesa de madeira o farto café da manhã, assim como da vez anterior. Valgrim e Bauron conversavam descontraidamente, botando em dia as novidades das últimas semanas. Drev, como de costume, permanecia calado em seu assento, ocultando por detrás da máscara branca o que achava do reencontro com alguns dos companheiros da última missão. Se por um lado os halflings Lido e Isiscarus, este incorporado ao time já durante a exploração da estranha caverna dos kobolds, não haviam aparecido, duas novas figuras haviam se juntado ao grupo. 

Ao lado de Bauron, uma diminuta figura, com as feições de um cachorro magrelo e nervoso e roupas que qualquer criança das vilas poderia estar usando, comia avidamente de tudo que Paco havia servido a mesa. Aquele era Teebo, o kobold bebado que Bauron havia resgatado das cavernas da Árvore Maldita. Do lado oposto da mesa, um rapaz de pele negra, usando um robe também negro, permanecia silenciosamente sentado a espera das informações sobre a tal proposta de trabalho da qual havia ouvido. Seu nome é Ekundayo.

Alguns minutos depois, Xavier, o representante da Organização que os havia contratado, adentra a sala de reuniões e explica a atual proposta.

Uma importante pessoa, moradora de Rycote e muito próxima da Organização teve uma obra de arte subtraída, uma estatueta de platina de aproximadamente 40cm de altura chamada de "A Senhora da Serpente". O roubo havia ocorrido há cerca de uma semana.

Apresentados os termos do atual contrato, Bauron e Valgrim questionam alguns pontos com os quais estavam em desacordo, principalmente envolvendo riscos e remuneração. Xavier avalia, e depois de alguma negociação concorda não só em incluir uma "cláusula de segurança" ao contrato, como chegar a um pagamento de 10gp adiantadas e 25gps ao final da missão. Mais uma vez tanto Xavier quanto o contrato são explícitos em declarar que a identidade dos contratantes deverá ser mantidas em sigilo.

Apesar da estranheza de Xavier, Bauron garante tomar conta de Teebo, a quem não é oferecido contrato....

Já preparados para partirem, Paco, arrumando a mesa e se despedindo do grupo, diz que em Rycote há um certo malandro de nome Piolho e que pode ser encontrado no Distrito das Oficinas, que pode ter alguma informação que ajude os viajantes.

Seguindo a leste pela Rota dos Ciganos por cerca de 8h, o grupo chega à grande cidade de Rycote. Grandes muralhas de rocha cercam a construção, e ao adentrarem, são apresentados a diversidade de povos, construções e cheiros agradáveis que permeiam suas ruas. As pessoas parecem animadas e amistosas, as ruas movimentadas mesmo ao fim da tarde. O grupo em si não chama atenção uma vez que diariamente viajantes ali são recebidos... Teebo porém é rapidamente notado, e as reações ao kobold são as mais diversas: desde risadas e gracejos sobre o animal de estimação do anão, como os gritos horrorizados de uma velha senhora são ouvidos, e Bauron decide que precisará fazer de Teebo uma figura mais discreta.

O grupo descobre a direção do Distrito das Oficinas e para lá segue. No caminho, passam por um templo de Earus, divindade seguida pelo finado companheiro Hash, e Bauron deixa uma moeda sobre as escadarias. Assim que cruzam o arco que marca o início do distrito, o grupo de depara com algumas lojas e se separam para tentar descobrir o paradeiro do tal Piolho. Ekundayo tenta uma oficina de alforjes e celas, mas mesmo tentando algum tipo de intimidação ao proprietário, não obtém sucesso. Drev adentra uma loja que produz roupas femininas e grita, "Piolho!!!" as duas jovens atendentes e a senhora que estava procurando algum item de vestuário ficam chocadas e dizem "Não, não temos piolho, somos asseadas!! Lavei meu cabelo hoje pela manhã!" Confuso, o mascarado deixa a atelier de costura. Valgrim, Bauron e Teebo vão até um alfaiataria. O atendente fica desconcertado diante da incomum criatura que acha ser um orc. Os anões notam o desconforto do alfaiate, aproveitando para pressioná-lo e conseguem um desconto num manto com capuz marrom, que Bauron usa para disfarçar Teebo, com algum sucesso. Quando perguntam sobre Piolho, o alfaiate chama seu ajudante, Fred, que diz conhecer um certo Piolho que costuma ficar num largo próximo às oficinas dos ferreiros.

Descobrem com dois indivíduos que estavam por ali, que Piolho costuma frequentar uma taberna local chamada Raposa Astuta. Descobrem as direções, e depois de Ekundayo dizer para agradecerem suas vidas à benevolência do grupo, seguem em direção a taberna. Já é noite e as oficiais em sua maioria já estão fechadas. Passam por uma outra taberna chamada Caneca Furada, e seguindo mais adiante, chegam à Raposa Astuta. 

A taberna é razoavelmente grande. Barulho de música e risadas vem de seus interior. Adentram a taberna e imediatamente Drev grita "Piolho!!!!", após alguns instantes de silêncio, os frequentadores caem na gargalhada.

Chegam ao balcão, conversam com o proprietário Groot sobre o tal Piolho, mas este não se encontra. Notam que um rapaz num canto permanece encarando o grupo. Ekundayo segue até ele, e após o malandro tentar extorqui-lo pela informação, o pouco paciente clérigo levanta uma cadeira e desfere um golpe brutal na espertinho. Aos gritos, o rapaz segura o braço quebrado, e rapidamente toma a dianteira para levá-los até Piolho.

O taberneiro Groot inicialmente fica agitado com a possibilidade de um quebra-quebra na taberna, mas assim que recebe uma moeda de Ekundayo, estampa um sorriso no rosto e diz que o sacerdote é sempre bem-vindo ali.

Segue por becos e ruelas escuras até que chegam a uma porta onde o malandro diz estar Piolho, e dali sai correndo. Ekundayo toma a frente e bate na porta, e esta é aberta por um sujeito grande, segurando um porrete que diz, "Então mais mosquinhas caíram na teia da aranha..." De uma porta adiante saem mais três sujeitos, e da porta detrás do grupo sai um outro sujeito e diz "Deixem seu dinheiro aí no chão e vão embora do meu beco, ou Porrete vai dar cabo de vocês."

Começam os gritos. Ekundayo se adianta e toca o ombro de Porrete, um estalo barulhento é ouvido e o bandido grita desesperadamente de dor, cambaleando volta pela porta. Drev ataca um dos bandidos que vinham pelo beco, acertando-o em cheio no pescoço. Este morre rapidamente numa poça de sangue. O mascarado ri alucinadamente.

Um dos bandidos grita, "Carniça, acho que sujou!!!" Bauron tenta acertá-lo com o machado, mas Carniça pula para trás, desviando do golpe. Então


Valgrim dá um passo para frente, e junto com alguns gestos estranhos, calmamente diz, "Ei, Carniça, você não lembra de mim, de quando éramos criança e passávamos fome... somos amigos." Estranhamente, os olhos do chefe dos bandidos ficam estáticos, ele abaixa as armas. Os dois bandidos que restaram tentam acertar, Drev, só um deles acerta de raspão... ao ver um pequeno arranhão no braço o mascarado volta a gargalhar ainda mais histericamente.

Ekundayo se adianta pela porta do casebre, aponta seu estranho anel para Porrete e diz "Deite-se", ordem a qual o bandido obedece vagarosamente. Bauron, notando a confusão de Carniça, vai até um dos bandidos que atacavam Drev e com o machado liquida-lo rapidamente. Drev com um rápido golpe, rasga a garganta de seu último oponente.

Carniça, ainda sem entender o que está acontecendo, volta a ouvir de Valgrim, "Somos amigos, estamos do seu lado, lembra de quando éramos crianças e tentamos roubar pão e maçãs... nos perseguiram e nos separamos, e nunca mais nos vimos..."

Carniça, olhando para o rosto de Valgrim, diz incerto... "Sim, acho que me lembro..."