sexta-feira, 30 de julho de 2021

DCC Sessão 5 Marinheiros do Mar sem Estrelas: Parte 5

 

Andras, ajoelhado ao lado do corpo do irmão, olha de relance para a porta da torre e lá vê um cavaleiro vestido em reluzente armadura e um elmo alado sobre a cabeça. Assombrados, Thuridan, Rob, Alex, Gallar e Aithusa também têm a visão do majestoso cavaleiro. A figura faz uma saudação a Andras, que tenta esfregar os olhos e em seguida ouve uma voz vindo de trás dele.

“É Gorhan!!!!! O Cavaleiro Divino!!!!!” As palavras são proferidas pelo jovem loiro que estava acorrentado à parede, e havia anteriormente se dirigido a Florian. Só que agora, o rapaz está livre das correntes e não só, antes ferido e moribundo, o jovem agora parece vigoroso e saudável.  "O poder divino de Gorhan me curou!!! O Deus, Cavaleiro Divino, a Vingança Que Usa Elmo, que se fez aparecer diante de nós!!!!” Retornam o olhar para a porta mas o cavaleiro não está mais lá.

Abordado pelos aldeões, o rapaz se apresenta, "Eu sou Jorah Gorason – atravessamos as montanhas atrás de dois bandidos fugidos, chamados Hodor e Leclair. Somente eu sobrei de nosso grupo.... E agora fui curado por Gorhan. Minha missão está cumprida, pois os foras-da-lei encontram-se aqui abatidos mas pretendo me vingar dos bestiais que atacaram nossa comitiva".  O grupo de Turana estranha os nomes ditos, e Jorah aponta para Florian e Valentim.

O jovem também indica que uns poucos sobreviventes de seu grupo, bem como outros prisioneiros que já estavam na torre foram conduzidos por várias das feras pelo corredor norte... mas apenas aqueles que estavam mais fortes e saudáveis.

Enquanto alguns conversam com o jovem estrangeiro, outros aldeões recolhem itens dos companheiros caídos e bens materiais que podem ter algum valor.

Theor aborda Jeremias, que havia rapidamente recolhido o colar de caveiras do Minotauro e diz que quer uma das caveiras de ouro e prata do colar do Campeão dos Bestiais, mas Jeremias acha que não possuem ferramentas adequadas para retirar uma das caveiras e mesmo assim que a ação iria danificar o colar. 

“Machado. Martelo. Pé-de-cabra. Quebra saporra! Foda-se. Num dá é prá sair daqui com a mão abanando...”, responde irritado o anão.

Jeremias, preocupado com o possível dano à preciosa peça, retruca: “Sai pra lá, lazarento. Vai estragar esse colar lindo... meu novo tesouro...”

“Saporra vale mais do que todo o resto. Ouro? Vou ser o único a sair daqui no zero? Tô sendo prejudicado”, insiste o anão.

“Esse anão chorão enche o saco. Não fez nada até agora e vai querer levar meu colar”, resmunga baixo Jeremias, “Theor, tenho certeza de que lá em cima a gente vai encontrar muito mais ouro. Isso aqui foi só o começo.  Viu a quantidade de guardas?!? A gente vai precisar de ajuda pra carregar tudo.”

“Se tens TANTA certeza de que lá em cima a gente vai encontrar muito mais ouro... Não vai se incomodar que esse velho anão pegue esse colar, correto?”

Alex, incrédulo da discussão na qual seus companheiros se envolverem, tenta argumentar com preocupação, “Vocês discutem por algo que vocês pensam ser de valor, mas talvez devessem valorizar outro bem maior: nossas vidas. Depois de tantas perdas nessa maldita sala fedorenta.”

Sem dar ouvidos às palavras de Alex, Gemma argumenta: ”Não vejo nada de mal em tentar obter alguma recompensa depois do que aconteceu...”

“CHEEEEEEEEEEEEGA!!!!”, brada Andras. ”Anão, pega essas armas do meu falecido irmão. Abutres...”

Andras se levanta, pega a tesoura e navalha pela qual Attila tinha um vínculo sentimental para si e sai da torre.

Depois de acompanhar com os olhos Andras se retirar, Alex se vira para os demais e diz “Tenho vergonha de vocês por estarem pensando nisso nesse momento.”

O sábio elfo Eldaryon observa a discussão e pensa “Piores do que os bestiais que vocês enfrentaram... Ó canseira que vocês, humanos, me dão...”

Bronn sorri com o amadorismo dos aldeões, enquanto avalia o fio do machado que recolheu do Campeão das Bestas e fala para seus botões, “Tolos! Tombarão um a um, e ficará tudo para mim.”

Enquanto tentam se recuperar do sangrento combate, comem um pouco das provisões de viagem e sorvem de seus cantis, alguns dos exploradores rememoram o que sabem, bem como os objetivos da empreitada.

Há muito tempo, décadas, talvez séculos, dominavam a fortaleza dois irmãos - Lordes do Caos. Ao que parece utilizavam poderes sombrios para aterrorizar e explorar os habitantes da região. Diante de tal tirania, uma força leal à Ordem liderada não se sabe por quem, se voltou contra os irmãos. Tal força seguiu até a fortaleza atacando-a, e derrotou seus ocupantes. Os irmãos foram vencidos porém seus corpos nunca foram descobertos. Recentemente, habitantes de Turana, agricultores, pastores, caçadores, além de viajantes que cruzavam a região desapareceram, e as desconfianças recaíram sobre algum envolvimento de possíveis novos ocupantes da fortaleza nesses incidentes. Dessa forma, o conselho de Turana pediu voluntários para investigar a fortaleza, descobrindo o que lá estava acontecendo e resgatando possíveis sobreviventes. Até o momento o grupo havia descoberto uma capela dedicada a alguma estranha divindade do Caos, um Sapo Demônio,  há muito incendiada e cujos ocupantes lá foram carbonizados. Também descobriram as estranhas criaturas que parecem ocupar a fortaleza, bestas meio homem, meio fera, que mantinham como prisioneiros na torre alguns dos desaparecidos.

Enquanto tentam decidir qual caminho seguir, Dinegar sobe a escada devagar e verifica se há mais alguém lá em cima. Enxerga uma passagem vazia, sem presença significante.

Preparam suas armas e decidem seguir pelo corredor norte – para debelar o Mal Ancestral!

Jorah pede para acompanhar o grupo em busca de sua vingança pessoal contra os bestiais e pede que cedam um arma para ele, o que o grupo nega, oferecendo ao rapaz uma tocha.

Acendem tochas das paredes e depois de algum debate, é decidido que um pequeno grupo dos aldeões retornaria a Turana com as pessoas que estavam presa nas paredes. Nesse grupo seguem Theor, Thule, Gemma e Jana.

O corredor é razoavelmente largo, podendo duas pessoas seguir lado a lado, desce – uma escadaria em breu, escuridão completa.

Jorah e Bronn lideram o grupo de exploradores.

A escadaria desce cada vez mais. Os anões acreditam que desceram cerca de 20m. Chegam a uma pequena plataforma que faz uma curva completa, e volta a descer.

Alguma coisa brilha numa nova plataforma da escada. Bronn se aproxima e encontra 3 POs.

A escadaria volta a descer por pelo menos 60m e se abre numa sala construída em blocos de pedra e Bronn e Jorah entram na sala. Das paredes adjacentes, duas feras atacam a dupla, um  "homem-carneiro" e uma "besta-aranha".

Bronn ataca com o machado recém coletado junto ao Campeão das Bestas e erra o "homem-carneiro". Jorah ataca com a tocha que carrega e erra. Os inimigos revidam furiosamente, mas também erram. Jeremias, Oppie, Thuridan e Andras, que seguiam logo atrás, correm para o interior da sala.


Bronn ainda confiante, brande alto o machado e erra. Jorah continua tentando atingir a besta com a tocha que carrega, mas também não tem sucesso.

O "homem-carneiro" se joga furiosamente na direção do Bronn... e dessa vez a confiança trai o mercenário..., a criatura lança suas garras na direção do oponente e finalmente acerta – surpreso Bronn põe as mãos em sua garganta, que agora encontra-se rasgada e cai morto no chão. A "besta-aranha" mantém sua carga sobre Jorah, mas erra.

Andras corre em auxílio a Bronn, e com uma boa dose de sorte, fere mortalmente o "homem-carneiro" que vagarosamente se inclina ao chão, para em instantes morrer. Oppie e Thuridan seguem em ajuda a Jorah.

Mais companheiros se precipitam para a sala, e agora Aithusa e Gallar se posicionam e preparam respectivamente suas fundas e lança.

A "besta-aranha" ataca Jeremias que fica ferido.

Lembrando da tortura e sofrimento que tais criaturas infligiram sobre seus companheiros e inspirado pela visão que teve de Gorhan, Jorah grita por vingança à besta e se lança em busca do machado de Bronn que está no chão. Usando o momento, gira seu braço numa perfeita trajetória que acerta fatalmente o crânio da criatura.

Diante da trupe se abre uma comprida sala retangular, construída em pedra e com uma saída no lado contrário. Dos dois lados nas paredes, mosaicos e um espelho d’água escura e salobra ao centro, que parece escorrer de alguns pontos dos murais.


 Os mosaicos representam rituais profanos: num deles, dois homens grandes juntos segurando uma arma, cercados de criaturas bestiais. O outro é dividido em duas partes: na primeira, de algo parecido com um lago tentáculos emergem enquanto uma figura parece observá-los de uma espécie de plataforma. No outro, um dos homens que aparece no primeiro mosaico, está prestes as sacrificar uma mulher.     

Urhan se aproxima de um dos mosaicos e repara que existe um nicho no canto esquerdo da sala. Verificando o nicho, repara em algo pendurado - uma capa roxa desgastada, com símbolos costurados em prata (símbolo do Caos). Thuridan também acha outro nicho na sala, com o mesmo tipo de capa.

Quando Walcy remexe a piscina com a adaga, não consegue perceber a profundidade. Mas algo sobe para a superfície... chega à superfície uma caveira humana que se ilumina, preenchendo grande parte do ambiente. Walcy recolhe a caveira.

Urhan examina os robes roxos e num primeiro momento pretende queimá-los. Mas se toca que as capas podem ser úteis.

Eldaryon acha outra capa roxa num nicho, à esquerda à frente.  Ao ver Eldaryon recolhendo uma nova capa, Thuridan atravessa a sala, e na parede em frente da que o sábio havia encontrada a capa, em um nicho igual aos anteriores, o jovem elfo encontra sua segunda capa.

Oppie começa a se preocupar com o tempo que está sendo perdido parados nessa sala, vai até a porta por onde passaram e permanece de guarda, não ouvindo nada.

Jeremias se interessa pela capa que está com Urhan, e tenta segurá-la, mas o astrólogo o afasta.

Urhan pega a vara do Eldaryon e resolve cutucar a piscina. E ela não atinge o fundo. Mas três coisas se movem no fundo, em direção à superfície. Caveiras de luz. Eldaryon pega uma caveira. Urhan pega outra e dá para Jeremias, que juntas iluminam toda a sala.

Partem então da sala dos mosaicos.

O corredor vira, desce, degraus altos de pedra, 6 andares... 7 andares... muitos andares, dezenas de metros abaixo da superfície.

A escadaria finalmente se abre numa caverna. O teto se perde na escuridão ao alto, e seu solo é composto de uma estranha areia escura... uma praia de areia escura. Estão diante de um mar subterrâneo. Ao longe, na água notam uma iluminação dourada, estranha. À frente deles, existe um grande menir na beira da água. Seus lados são esculpidos. Vagarosamente, notam ondulações na água e um barco, que alguns supõe ter 15m de comprimento, para a alguma distância da margem na direção do menir. Uma vistosa figura de dragão está esculpida na sua proa. Símbolos proibidos e runas iluminam o casco com uma luz esverdeada.

O grupo permanece num silêncio desconfortável, avaliando a estranha paisagem diante deles.... e então ouvem. À distância, o som ritmado de tambores chega a seus ouvidos, acompanhados de urros animalescos... e gritos, gritos de terror.

Thuridan resolve entrar na água e nadar até o barco.

Com uma luneta, Urhan tenta ver algo à distância. No centro da luminescência dourada identifica um zigurate, com uma rampa em volta. A luz dourada vem de dentro do zigurate – passando através de rachaduras. Bestiais nas rampas do zigurate, a maioria venerando o topo, uns poucos caminhando na sua direção. No topo, uma estranha fumaça e dentro dela uma grande figura humanoide - maior que um ser humano. Num breve momento, Urhan consegue enxergar por entre a fumaça no topo do zigurate uma figura que veste uma capa parecida com aquelas que o grupo encontrou na sala da piscina, mas rapidamente a fumaça volta a ocultar aquela presença.

E os tambores continuam...