Muito legal a oportunidade de conversar com o Jon Britton, o DM do canal do YouTube 3d6 Down The Line (www.youtube.com/@3D6DTL), de quem eu venho assistindo a exploração de The Halls of Arden Vul. Aproveitando a oportunidade, se você está procurando um stream de RPG old school e uma aula de mestragem e exploração de mega-dungeon, confere esse canal que não vai se arrepender.
Mas vamos ver o o que o Jon tem a dizer:
1) Primeiro RPG?
R. D&D Basic de 1983 (a caixa vermelha de Mentzer). Eu a peguei em 87, quando eu estava na 6ª série, depois que um amigo que se mudou para a rua acima me apresentou ao jogo. Ela explodiu minha jovem mente.
2) RPG de Cabeceira?
R. É difícil definir, mas provavelmente Old-School Essentials (NdE. No Brasil agora pela LaserHead Press). Na minha opinião, B/X é a destilação perfeita do que D&D faz bem, e isso foi perfeitamente reafirmado para o público moderno no OSE.
3) Presencial ou Virtual?
R. Não há melhor experiência de TTRPG do que estar pessoalmente com amigos em volta de uma mesa. Não há nada melhor. Conseguimos interagir uns com os outros com facilidade porque estão inconscientemente captando sinais sociais e linguagem corporal. Dito isso, o jogo virtual é uma dádiva para grupos como o meu que se espalharam para os cantos mais distantes do país.
4) Material físico ou digital?
R. Físico. Acredito que itens tangíveis e propriedades são artefatos que aumentam o prazer do jogo apenas por possuí-los. Sou um pouco hipócrita, no entanto, porque dependo muito de PDFs para nossos jogos 3d6 DTL; hiperlinks são um presente dos deuses. Mas hoje em dia, eu jogo dados de verdade, não importa o que aconteça. Nunca confie no RNG (NdE. Random Number Generator, ou Gerador de Números Aleatórios) dos roladores de dados digitais!
5) Uma Classe?
R. Guerreiro. Personagens em jogos OSR são, para mim, meramente veículos para explorar o mundo, então eu gosto de minhas classes bem enxutas em termos de “habilidade especial”.
6) Teste de atributo?
R. Absolutamente não. Não gosto de depender de pontuações de habilidade, porque isso sempre leva a escolher classes ou habilidades que se alinham melhor com suas pontuações mais altas, o que fica chato. Prefiro que a resolução de tarefas seja divorciada de pontuações de habilidade.
7) Aventura ou Campanha?
R. Meu tipo de jogo favorito é uma campanha que é salpicada com aventuras pontuais, mas relacionadas. Isso cria um bom ritmo ao longo dos anos da campanha.
8) Aventura Favorita?
R. The Halls of Arden Vul (NdE Richard Barton, Expeditious Retreat Press) conta como uma única aventura? Provavelmente não, mas essa seria minha resposta fácil. Tirando essa obra-prima, eu diria Winter's Daughter, de Gavin Norman (NdE. para Old School Essentials). É um encapsulamento perfeito do que torna D&D divertido. Qualquer um cuja primeira experiência seja essa aventura está fadado a ficar viciado para sempre em RPGs.
9) Sessão Inesquecível?
R. Um arco de duas sessões que concluiu minha passagem por Winter's Daughter (que pode ser assistido em nosso canal). Personagens de primeiro nível tiveram um desejo concedido, e eles decidiram — como um grupo — torná-lo completamente altruísta, investindo completamente no mundo ficcional ao seu redor. Logo depois, em um TPK muito provável, um jogador nobremente sacrificou seu personagem para garantir a fuga dos outros. Ficamos todos pasmos com suas ações. RPG emergente no seu melhor.
10) Não joguei, mas queira experimentar
R. Traveller (NdE no Brasil pela RPG Planet). Eu tenho e o li, mas ainda não o experimentei completamente. Isso me traz grande vergonha todos os dias, e preciso consertar essa situação.
11) Drizzt Do'Urden ou Arya Stark?
R. Arya Stark. Ambos os personagens têm reputações descomunais na cultura pop, muito distantes de sua intenção original, mas pelo menos Arya tem um apelo genuíno. Drizzt mudou sozinho o arquétipo padrão do ranger para todas as edições de D&D que viriam, e embora tenha sido "legal", vou ficar com o arquétipo original de Aragorn, muito obrigado.
12) Preparar ou improvisar?
R. Improvise, se possível. Eu gosto de pouca preparação, porque estou ficando velho, e o tempo é precioso.
13) Livro Inspirador?
R. Não é uma surpresa: O Senhor dos Anéis. Assim como aconteceu com milhões de pessoas, meu amor por literatura de fantasia e RPGs vem de LOTR. Li muita fantasia inovadora desde que peguei O Hobbit pela primeira vez, mas ainda não vi nada que chegasse perto de Tolkien. Sempre encontro algo novo para aproveitar toda vez que leio.
14) Filme ou Série Inspiradora?
R. Filmes que fazem minha veia de RPG saltar: Excalibur, Conan, o Bárbaro, Décimo Terceiro Guerreiro. Filme inspirador em geral (e meu favorito de todos os tempos): Lawrence da Arábia.