10/05/2022
Algum tempo depois, chamada por um ajudante da taberna, a noviça chega à Raposa Astuta. Bem jovem, cabelos loiros amarrados em uma trança e bochechas vermelhas, Brida acompanha a dupla até os feridos.
Um Lotar tímido e um Valgrim cheio de gracejos observam a jovem sacerdotisa examinar ferimentos e trocar os curativos de Bauron enquanto entoa preces à Senhora do Sol Nascente. Ao chegar a Drev, a jovem olha por alguns instantes para o estranho mascarado e procede novamente exames, curativos e preces. Finalmente chega a Ekundayo. Ela observa o outro sacerdote e diz “A luz de Ephyne ilumina a todos, sem distinções”, e se aproxima.
Ao final, a sacerdotisa é acompanhada pela dupla, e Valgrim se despede calorosamente da jovem.
Num canto da taberna, Faranis, o mago da guarda agora em trajes civis, acena para a dupla. Em princípio, Lotar e Valgrim encenam estarem bêbados, mas rapidamente o mago entende o engodo.
Faranis então se justifica, “a guarda é regida por códigos de ética e conduta que acredito atrapalhar, atravancar suas ações. Se certas ações de inteligência e espionagem fossem adotadas, a guarda seria mais eficiente, mas o senhor comandante, Silas Storm e a alta cúpula da guarda são completamente aversos a tais manobras. Dessa forma, se pessoas bem-intencionadas fora da guarda pudessem se aproximar do submundo e extrair certas informações, a lei da cidade lucraria consideravelmente... e falando em lucrar, o estudo das artes arcanas demanda quantias consideráveis de seus adeptos. Dessa forma, se certos acordos fossem selados nesta mesa, todas as partes poderiam lucrar”.
A dupla argumenta com o mago e não se mostra muito confortável com a proposta. Fica em dúvida se o que o guarda teria a oferecer valeria o risco ou seria de grande valia. Faranis então começa “como mostra de boa vontade, vou contar uma história. Há cerca de um mês na área que liga os esgotos às ruínas nas proximidades do Salão do Poço de Duralis, um guarda notou que uns poucos indivíduos tentavam passar desapercebidos durante a madrugada na direção das ruínas. Quase pela manhã, notou que novamente tentavam passar desapercebidos para os esgotos. Alguns dias depois, tal movimentação se repetiu. Isso ocorreu poucos dias antes do roubo da Senhora da Serpente. Por algum motivo, a guarda decidiu reforçar o contingente na área da do Poço de Duralis. Dois dias depois do roubo, os guardas que tomavam conta daquela seção, surpreenderam um grupo de não menos que seis indivíduos tentarem passar dos esgotos para as ruínas. Interpelados, iniciaram intenso combate. Do grupo de rufiões, três permaneceram enfrentando a guarda, em clara ação de cobrir a retirada dos demais. Não se renderam. Lutaram até a morte. Desse evento, a cúpula da guarda entendeu que haviam impedido algum encontro, uma reunião. Mantiveram o contingente na seção, que acabou se deparando com o grupo de vocês. Apesar de alguns de vocês me fornecerem informações de que aparentemente não tinham vínculo com os eventos anteriores, uns pedações de informação deixaram claro o seu interesse pela estatueta. E então, segue minha sugestão: o local de encontro certamente está sendo alterado. A grande porta que levas às ruinas na proximidade do Poço de Duralis está trancada e guardada, assim como outro acesso que existe naquela seção. É importante descobrir para onde está sendo remarcado o suposto encontro, e para isso, um contato com o submundo poderia ser proveitoso”.
Lotar imediatamente se recusa a fazer contatos com a Guilda das Sombras, a organização que comanda o submundo de Rycote. Valgrim questiona sobre os outros acessos às ruinas.
Faranis diz “sobre outros acessos, é conhecido que além das entradas formais, como a do Poço de Duralis e as fora da cidade, existem conexões entre os esgotos e as ruínas em alguns pontos, sobre o que a vagabundagem de Rycote normalmente comenta. Sobre a guilda, talvez algum malandro, não necessariamente diretamente ligado a ela, pudesse ter ouvido alguma coisa.”
Lotar então diz “... Piolho, você conhece alguém com esse nome?”
Faranis sorri “sim, Piolho. Conheço, e sei onde ele está.”
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