quinta-feira, 30 de junho de 2022

OLD DRAGON Sessão B2 Os ladrões da estrada de Farlong

 

29/06/2022

Essa aventura “Os ladrões da estrada de Farlong” foi incluída na nossa campanha a partir da publicada no zine D20Age #7 do DM Quiral (@dmquiral), originalmente escrita pelo Reinaldo Souza. 

A arte de Ducandin (anão em p&b) é de autoria do Carlos Castilho (@crwlstilho).

Os ladrões da estrada de Farlong

Os anões discutem por algum tempo e em princípio concordam em seguir para a região das fazendas à nordeste de Farlong ainda nessa noite, buscariam uma fazenda nos limites da região para pernoitar e seguiriam em direção logo pela manhã ao pântano conforme Iga, o goblin, havia revelado.

Já a discussão sobre o que fazer com o goblin foi mais difícil: enquanto Gundabad e Eri insistiam em levá-lo junto com grupo, Gondorim reclama irritado “Que anões são vocês? Tudo quanto é bicho que acham no caminho querem pegar? Primeiro o cachorro, agora querem levar o goblin... é um circo isso aqui?” Gundabad arruma um capuz e um pouco de palha, improvisa um disfarce. Contrariado, Gondorim resmunga o caminho inteiro.

 Atravessar a região das fazendas é simples. A lua é cheia e a estrada que percorrem boa. No caminho Gundabad reveza com Soturno o trabalho de carregar o goblin que tem a perna na tala improvisada.

Após cerca de três horas de caminhada já se encontram próximos ao início da floresta. Facilmente identificam a última das casas das fazendas que ao longe está iluminada. Se aproximam e ouvem vozes e logo em seguida cachorros latem desesperados em direção ao grupo. Interpelados pelos moradores da casa, se identificam e explicam que vêm de Farlong no intuito de resolver o incidente envolvendo o ataque dos goblins. Depois dessa breve conversa, o fazendeiro oferece o estábulo para os aventureiros passarem a noite.

O fazendeiro se chama Tô do Vinho, orgulhoso produtor que propagandeia a toda a voz a qualidade do seu produto, reconhecida não só em Farlong quanto nas regiões próximas. Ao mesmo tempo que oferece não só um pouco de canja e pão de milho que havia sido assado naquelas tarde além de um garrafão de vinho intenso e brilhante produzido das suas uvas, explica que há poucos dias acha ter sido alvo de uma tentativa de ataque do bando de goblins que circula na região. Numa determinada noite os cachorros deram alarme e Tô e seus quatro filhos armados de tochas, foices e enxadas correram até os fundos do celeiro. Na verdade o fazendeiro confidencia, ele acredita que realmente o bando foi afugentado pela sua matilha de cães, alguns dos maiores e mais bravos animais da região e tão famosos quanto o vinho da fazenda.     

O grupo então se instala no celeiro e malandramente Gondorim consegue uma cama dentro da casa cedida por um dos rapazes. Thorn e Soturno se revezam vigiando não só os arredores como o goblin amarrado. A noite passa sem problemas.

Pela manhã ao grupo é oferecido um saboroso café da manhã, sendo que Gondorim já refastelado antes dos demais. Um dos jovens conta sobre sua preocupação quanto ao sumiço de uma família de fazendeiros vizinhos que há alguns dias não são vistos, chamados Velho Tim, Tim e Tomaz.

Os anões comentam entre si sobre a possibilidade de estarem como Otto em poder dos goblins. Gondorim sugere verificar a casa da família, mas os demais acham que devem ir o mais rápido possível investigar os goblins no pântano.

Seguem em direção nordeste pela floresta na direção do limite das montanhas, à direita cada vez mais próximos ouvem o barulho do rio sobre o qual saiam da existência e que em dado ponto teriam de atravessar.

Próximos ao sopé das montanhas, chegam a uma enorme rocha plana que apesar de perfurada pela água de uma cascata, produziu não só uma plataforma como uma ponte natural sobre o rio. Essa é a Pedra do Caçador que o fazendeiro já havia indicado como caminho para chegar aos pântanos. Iga confirma que esse era o caminho que haviam utilizado. Param para descansar sobre a Pedra do Caçador, que permite observar a região ao redor.

Seguem por algum tempo por uma colina até alcançarem o pântano. Acompanham um veio do rio que vai se misturando com o restante da área húmida, até por volta das 16h alcançarem uma área bastante empoçada nas proximidades de alguns barrancos, onde o goblin indica estar a entrada do buraco usado pelo pântano.

Convencem Iga a examinar a entrada e verificar se havia sentinelas. O goblin apesar de contrariado, vai até um barranco adiante, olha para o meio da vegetação que o cobre, olha para um lado, para outro, para o topo do barranco... por alguns momentos parece pensar consigo mesmo... dá um suspiro, cabisbaixo e mancando ruidosamente pelo solo encharcado retorna ao grupo e diz “Sem guardas.”   

Decidem seguir todos para dentro do buraco, até mesmo Amarela, depois de Gondorim dizer que se Eri deixasse a cadela do lado de fora certamente o bichinho ia virar comida de crocodilo. Antes de entrar, Iga diz a Eri “Se eu ajudar vocês, vocês depois me deixam ir embora...” A anã diz nem que sim, nem não.

Com Soturno a frente, o grupo se esgueira silenciosamente pela abertura, alta o suficiente para comportar um anão. É uma descida íngreme, com chão e paredes de terra úmida e escorregadia. Chegam a uma bifurcação, o goblin indica o caminho da esquerda. Ao passarem pela entrada a direita, um forte cheiro de podridão exala de uma ampla caverna.  À distância veem pontos vermelhos se movimentando pelo teto e paredes. Notam que alguns metros adiante, no chão, alguém permanece imóvel. Eri cuidadosamente se aproxima para examinar, no limite cutuca com sua vara de 3m... um cadáver de um homem. A anã retorna e avisa que tem certeza que não é Otto.

O caminho da esquerda continua descendo e de terra molhada se torna pedra natural. Soturno nota que há uma curva adiante, e de lá vem alguma iluminação. Aproximam-se com cautela, dos resmungos que ouvem Eri identifica ser linguagem goblinóide. Tenta se esgueirar até o limite do corredor, mas tudo o que seu ângulo de visão permite é uma caverna com alguns caixotes espalhados. Resolvem tentar uma emboscada.

Ao mesmo tempo que Eri espalha cravos pelo corredor, Gundabad entoa uma prece a Ducandin, a divindade quase esquecida pelos anões mas da qual o clérigo é um seguidor fervoroso.

Posicionam-se. Gundabad bate com a maça no escudo. Os resmungos silenciam. Aos poucos, um vulto vindo da abertura a frente se precipita no corredor.... um goblin armada de um porrete arregala os olhos e antes que uma palavra saia de sua boca, Thorn dispara uma flecha contra a criatura atravessando sua garganta. Gorgolejando sangue, cai no chão.

Da abertura adiante começam a vir gritos. Gondorim soa uma trombeta que ecoa pelos corredores. Gundabad bate intensamente com sua maça no escudo. Todos os anões começam a bater com os pés no chão. Dentro dos corredores, parece que uma tropa invade a caverna.     

Ao mesmo tempo que os gritos se intensificam desesperadamente, da continuação do corredor dois goblins surgem e gritam o que Eri traduz como “tem anões nojentos no corredor!”

Thorn e Godorim disparam novas flechas.... a primeira acerta um peito em cheio, a segunda atravessa o olho do outro inimigo, trespassando seu crânio. Mais dois goblins caem ao chão ensanguentando o corredor. Ao fundo notam um terceiro goblin disparar de volta pelo corredor.

Os gritos da área adiante agora demonstram desespero descontrolado. Os anões urram, pés batem no chão. A trombeta de Gondorim soa mais uma vez!

Eri recolhe os cravos e começa a dizer para que se rendam, ou terão mortes cruéis. A anã vai repetindo sua fala, enquanto os demais tentam rapidamente bolar um plano... de repente, do corredor adiante, surgem quatro goblins desarmados em com braços levantados. Na língua rústica, Eri confirma que haviam se rendido.


 

Rapidamente amarram as criaturas. Thorn examina a caverna. Barris, caixas, caixotes. Uma mula. Thorn abre uma das caixas e descobre cebolas, uma abóbora, um pedaço bacon. Pelo canto de olho nota uma estranha peça jogada num canto, um triângulo de latão pouco maior que um punho. Guarda-a.

Interrogando rapidamente os inimigos, descobrem que há mais apenas goblin a solta. Seguem adiante pelo corredor, Gondorim leva um dos goblins prisioneiros amarrado sobre o ombro. Iga orienta a evitar a nova caverna a direita: aranhas. Realmente o grupo vêm teias ocupando o a nova gruta de cima a baixo, seguem pela esquerda.

Chegam a uma nova sala. Três pessoas estão amarradas e amordaçadas ao chão. Dois jovens ruivos e sardentos, de roupas simples e semblante assustado. O outro é um anão... Otto! Rapidamente retiram sua mordaça. A anão tem sangue seco descendo da testa até o queixo. A barba foi cortada....

“Pelo corredor!!! Corram, pelo corredor!!! Peguem esse rato!!!!” Só agora o grupo nota que há mais um corredor na sala. Ao se aproximarem da entrada, notam algo inesperado: ao invés da pedra crua, esse corredor se abre para uma longa escada descente feita em blocos de rocha precisamente alinhados. Após rápida indecisão do grupo, Gondorim impaciente se adianta e faz rolar escada abaixo o goblin que trazia no ombro. Em instantes ouvem os gemidos da criatura no fundo da escada. “É, não tem armadilha...” diz o velhaco.

Descem as escadas por cerca de 6 ou 7 metros... o goblin lá embaixo mal tem forças para gemer.

Uma grande sala se abre diante deles. Os mesmos blocos de rocha bem cortados formam as paredes. À direita e a esquerda, estátuas de pessoas encapuzadas segurando nas mãos chamas também em pedra estão encostadas nas paredes. Tentando se esgueirar aos pés de uma delas, o goblin fugitivo.

Mas nada disso chama tanto a atenção do grupo. Um imponente e antigo portão de pedra sólida se apresenta diante deles. Em baixo relevo, três figuras decoram a porta.  


 

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