terça-feira, 6 de julho de 2021

De volta à jogatina!!!!!


  


Nossa história com RPG começou com AD&D 1a edição, lá pelos idos de 1988.... começamos no 2o semestre. Lembro disso porque alternava uma leitura do Players Handbook com o Cálculo II do Leithod, e essa dificuldade de foco acabou por me conduzir à primeira bomba na faculdade de


Engenharia. No som, rolava continuamente o "Seventh Son of a Seventh Son" do Iron Maiden, o que criou uma daqueles memórias estranhas.... até hoje quando ouço o "Seventh Son", me vem a mente lembranças de D&D.

A gente periodicamente visitava a Livraria Leonardo da Vinci, ali no subsolo do Ed Marques de Herval, na esquina da Rio Branco com a Almirante Barroso, no centro do Rio. Trabalhava ali perto, e vez por outra dava uma fugida na hora do almoço pra ficar namorando capas de livros, módulos e caixas. Lembro que lá comprei, entre outros, a primeira caixa de Forgotten Realms, que bravamente pelas mãos de Elminster, sobreviveu a três mudanças no Rio de Janeiro, uma transferência para Brasília, e mais duas mudanças na capital federal.   


Lá no começo então, jogávamos no salão de festas do prédio onde morava na Tijuca,  e os primeiros jogos foram as coisas mais toscas que uma mesa de RPG já deve ter testemunhado: era uma amontoado de salas organizados numa dungeon, sem nenhuma descrição que desse algum "sabor" ao cenário, e monstros retirados diretamente do Monster Manual para serem massacrados pelos jovens aventureiros. Dessa grupo faziam parte meu irmão Maurício, meu compadre Ricardo e se não me falha a memória, nosso outro compadre Sandro chegou a jogar uma vez..... mas a tarefa era árdua, só quem realmente tava muito a fim encarava o jogo caótico que a gente ainda tava tentando aprender.

Foi lá na Da Vinci que conheci um cara, o Marco, que incrivelmente conhecia vários daqueles escritores que


eram citados no Apêndice N do D&D e que , pelo menos pra mim, eram tão obscuros quanto as bandas de Black Metal que surgiam na Noruega. Tentava buscar livros de Dunsany, Leiber, Vance, Moorcock, mas era praticamente impossível achar material deles... pra se ter uma ideia, foi lá na Da Vinci que eu comprei minhas primeiras edições do Hobbit e Senhor dos Anéis, editadas pela Europa América de Portugal e importadas pela livraria. E o Marco, além de já ter lido vários desses escritores, também fazia parte de um grupo de amigos que jogava D&D há alguns anos... acho que eles já me contaram como começaram mas sinceramente eu não lembro da história. Conheci o Aguinaldo, o DM principal desse grupo e na minha humilde opinião uma enciclopédia em Forgotten Realms e algum tempo depois, após um ou outro esbarrão na livraria e trocas de ideia, me chamaram pra jogar com eles. Isso provavelmente era 1991, eu tinha uns 22 anos e era o caçula do grupo, que ainda tinha Ronaldo, Saliel, Adelino e Priscila. Cito o nome desses amigos porque eles são apaixonados jogadores de D&D, que pelas contas já tão na ativa por uns 35 anos e por váááárias vezes tiveram muita paciência com as minhas idas e vindas. Hoje em dia, anda fazem parte desse grupo a Elisa e o Pedro, sobrinha e filho dos caras da primeira geração.

Joguei com eles até aproximadamente 2003, mas pouco tempo depois do nascimento da minha filha Rafaela, acabei dando um tempo. Cheguei a jogar D&D 3.5, me mudei pra Brasília e meio de longe, ia lendo uma coisa ou outra sobre o o que acontecia com o grupo e o jogo. 

Em 2018 o pessoal acabou me convencendo a fazer uma nova tentativa.... apesar da distância, o grupo mesmo já não morava todo na mesma cidade mas as ferramentas disponíveis "faziam a coisa acontecer". Pela primeira vez entrei no Discord, que minha filha já usava direto. Eles iam começar a jogar D&D 5, iam fazer a "Mina de Phandelver" e me chamaram para jogar. Acho que naquela hora tava como mais saudade do pessoal do que do jogo, mas resolvi tentar.... não deu certo. Tinha muita coisa acontecendo ao meu redor, e acabou que a minha energia tava sendo canalizada pra outras coisas. De maneira completamente deselegante, sumi do jogo.

O tempo passou, em 2019 tive alguma mudanças profissionais que acabaram me dando mais tempo livre (aposentadoria, kkkk) e em 2020 chegou a pandemia. Unindo tempo livre em excesso e ficar trancado em casa por conta da pandemia, resolvi que tinha espaço para mais hobbies... apenas Heavy Metal e cerveja não estavam ocupando meu tempo de maneira satisfatória. Acabei me deparando com a evolução das miniaturas para RPG. Lá nos 1990 eu e meu compadre Ricardo já conseguíamos cópias de miniaturas (acabei descobrindo que isso chama recast) e fomos aprendendo a pintar o melhor que dava pra usar nos nossos jogos.  Resolvi tentar e  então encomendei algumas miniaturas e tintas, fucei o canal Pintando Miniaturas do Átila Kawauti e meti as caras.... foi ruim, muito ruim.... minha vista, mesmo com óculos, não tem a menor condição de contribuir pra um resultado passável. Depois do desespero,


 

 encomendei uma lupa de cabeça que usam pra hobby, joalheria e estética, e aí consegui resultados para mim passáveis. E acabou  que uma coisa levou a outra: vendo meu ânimo com as miniaturas, minha esposa, a paciente Ana, começou a me incentivar a voltar a jogar..... tomei coragem, mandei um e-mail pro pessoal com o "rabo entre as pernas" pedindo pra voltar... e voltei em junho de 2020!

 


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