segunda-feira, 19 de julho de 2021

DCC RPG Sessão 4 Marinheiros do Mar sem Estrelas: Parte 4

 

Bom, de novidade nessa sessão tivemos que pela primeira vez usamos um VTT pra ajudar no combate, e não só ajudou como a galera se amarrou em ter um acessório e "interagir" com seus PCs. Pela praticidade e agilidade, usei o Owlbear Rodeo (https://www.owlbear.rodeo/ ) e tô muito feliz com o resultado.

O outro aditivo foi mais uma vez fazer uso de material dos Knights in the North (https://www.knightsinthenorth.com/ ). Um dos players, o Ricardo, já tava "namorando" uma divindade para um dos PCs seguir.... tava falando no Gorhan (https://www.knightsinthenorth.com/?s=gorhan&id=2720 ), e mais uma vez apelei para o material dos caras. De novo, se eles me acharem aqui: All Hail The Knights In The North!!!!!!!

 

Até então os aldeões tentavam se manter confiantes, houve baixas é verdade, porém mais frequentes foram as oportunidades em que o grupo passou incólume pelos perigos da sombria Fortaleza.

Mas agora o interior pouco iluminado da torre cujo chão era coberto de peles de ovelhas, cabras e até homens, e ensopado de sangue, exalava um cheiro nauseabundo de morte. Morte essa que parecia prestes a levar a vida de alguns prisioneiros que se espalhavam presos com correntes às paredes da torre, e morte também essa que parecia se materializar nas horrendas criaturas que surgiam nas sombras da escada circular que subia a partir do chão acompanhando a parede de pedra. Haviam sido homens algum dia, mas agora apresentavam cabeças de carneiro ou sapo, pele brilhante e negra com garras e cabeça de formiga, e uma bizarra figura de corpo atarracado e peludo e uma segunda diminuta cabeça que se projetava do lado do pescoço.


Apesar de não atacarem, as criaturas bestiais começaram a se posicionar ao redor dos indecisos aldeões.  Antevendo o que estava por acontecer, Alex e Bronn tomam a iniciativa e partem para o ataque.  “Por Turana!!!!!!!!!!” brada furioso Alex que trazia na memória os companheiros que haviam tombado, partindo para cima do bestial de duas cabeças, mas o sangue torna o chão de pedra escorregadio, o pé do lenhador escorrega e no momento do golpe ele perde o controle de seu machado. Bronn se lança em ataque ao “homem-carneiro” e desfere um único golpe certeiro que atravessa o peito do bestial, que sem esboçar reação cai morto ao chão.... “Criaturas horrendas, mas também de carne e sangue”, pensa o mercenário.

Attila se dirige de encontro ao “cara-de-sapo”, posicionado na boca de um corredor que chegava à porção norte da sala. Ele de imediato nota que essa criatura traja uma armadura de couro com a imagem de cabeça de urso na altura do peito, semelhante à do jovem de longos cabelos louros preso por grilhões à parede, que há pouco havia dito a eles algumas palavras e desmaiado. A criatura é rápida e desvia do ataque, da mesma forma que desvia do golpe de pá que Gerald, agora engajado também nesse combate, desfere contra ela. Vendo a dificuldade que os companheiros enfrentam, Florian se junta a dupla e mais uma vez com o arremedo de um sorriso, o “cara-de-sapo” evita o golpe. “Tem mais gente vindo dali!” grita Attila, indicando o corredor atrás da criatura.

Walcy habilmente tentar usar as sombras a seu favor, e se esgueira para as costas do “bestial de duas cabeças” que Alex enfrentava, ataca, mas erra a tentativa.

Rob o carroceiro, entra em pânico ao ver o feroz combate e as hediondas criaturas que seus companheiros estão enfrentando, sai pela porta em direção ao pátio gritando pelo auxílio dos demais.

Todos os bestiais contra-atacam, mas felizmente para nossos heróis, nenhum deles acerta. Nesse momento, um segundo “cara-de-sapo” sai do corredor e se junta ao combate, e outra criatura “homem-carneiro” surge nas sombras do corredor, como que avaliando seus oponentes.

Ainda com seu machado fora do controle de suas mãos, Alex usa seu movimento para tentar um chute no bestial de duas cabeças, mas erra novamente.

Bronn, confiante após abater eficientemente seu primeiro oponente, segue em auxílio de Alex girando vistosamente sua espada e se prepara para desferir um plástico golpe na “besta de duas cabeças”... no momento decisivo do golpe o pé do mercenário enrosca numa pele de ovelha fedorenta que por ali estava jogada, desestabilizado sua passada e fazendo com que a espada atingisse ruidosamente o chão. A lâmina permanece inteira, mas bizarramente se solta do cabo da espada e quicando para a uns dois metros do mercenário.... “Maldito marinheiro de Exodia, levei muito fácil essa espada no jogo de dados”, resmunga com seus botões.

Após Atilla errar mais um golpe, Gerald acerta finalmente o “cara-de-sapo” na cabeça com sua pá, mas a besta continua de pé, agora grunhindo furiosamente. Florian pela primeira vez lança mão do mangual negro que encontrou na capela queimada. Gira a arma de um lado para outro e desfere um golpe certeiro na lateral da cabeça desse mesmo “cara-de-sapo”, e com uma ruidosa dobra no pescoço, a cabeça da criatura tomba de lado e ela cai ao chão.

No outro grupo, Valentim consegue ferir o outro “cara-de-sapo” com sua adaga, mas Andras, que havia se unido ao grupo, erra o golpe na “besta-formiga”.

Desarmado, Bronn recebe no ombro um golpe do bestial de duas cabeças, mas permanece de pé.

De repente, os ventos viraram contra os aldeões... Egg ainda atônito com a luta com tais criaturas bestiais tenta se juntar a um dos grupos, mas ao notar a aproximação do jovem e inexperiente cavalariço a “besta-formiga” desfere um golpe com sua garra que atinge o rapaz no pescoço. Egg cai ao chão e o sangue flui rapidamente pelo profundo corte na garganta. Seus olhos fixos, fitam o infinito.

Agora parecia que os bestiais se agitavam em fúria ao ouvirem os urros de júbilo da “besta-formiga”, o “homem-carneiro” recém-saído do corredor ataca Florian com uma adaga atingindo-o certeiramente nos olhos. Florian junta suas mãos sobre os olhos que agora sangram profusamente, se ajoelha ao chão e tomba pra frente sem vida.


Num lugar muito distante dali, conhecido entre os estudiosos como o Inferno dos Sapos, Bobugbubilz urra em êxtase ao assistir a morte de Florian. Ele joga longe o resto do corpo da salamandra que devorava, e numa língua ininteligível para criaturas mortais, vocifera: “Finalmente fui vingado daquele que profanou minha bela estátua!!!! Mas minha sede de vingança continua... desejo ainda as almas daqueles que dela, roubaram as belas gemas que a embelezavam. Hahahaha, não tenho pressa. A seu tempo, essas almas serão minhas!!!!!!”  

Também revigorado, o “cara-de-sapo” atinge com suas garras pontudas Attila no braço, que resmunga de dor e aperta furiosamente o cabo da bela espada que havia recolhido junto aos corpos dos jovens filhos do ferreiro.


De repente, um som abafado se projeta do centro da sala... de algum lugar da parte superior da escada, um novo e opulento bestial havia saltado e aterrissado entre os aldeões. A criatura, com aproximadamente 2,15m de altura, traz em suas mãos um grande machado e em seu pescoço um estranho colar adornado por pequenos crânios. O vigoroso corpo humano é encimado por uma cabeça de touro, tal qual um maligno Minotauro. A criatura solta um urro que reverbera dento da torre e chega alto e claro até aos aldeões que se encontram fora da estrutura, e os demais bestiais respondem ao seu Campeão, o Campeão das Bestas!   

Esse era o momento mais apavorante até então da invasão da Fortaleza. Jeremias, que atendendo ao pedido de ajuda de Rob havia entrado na torre, se prepara para atirar uma flecha contra o Campeão das Bestas, mas tomado pela adrenalina, puxa com muita força a corda de seu arco curto que arrebenta.

Valentim encara o desafio, ataca a monstruosidade e acerta o Minotauro – um rasgo vermelho vivo cruza o peito animalesco!!! E o touro GRITA de dor e fúria!!!

Alex e Andras tentam atacar a “besta-formiga” assim como Bronn, que agora munido das armas de Florian, mira um dardo no Campeão das Bestas... todos erram.

Attila agora trava um duelo de vida e morte com o “cara-de-sapo” – o barbeiro furioso brande a bela espada e numa sucessão de golpes furioso retalha como um açougueiro o dorso da vil criatura, que numa inútil tentativa com as mãos tenta segurar as tripas que começam a deslizar de sua barriga... em instantes a besta cai ao chão.

Rob, do lado de fora, treme da cabeça aos pés a ouvir o ruidoso combate que acontece dentro da torre, e descontrolado continua a berrar "Ajudem! Ajudem!"

Walcy continua se movimentando na tentativa de permanecer nas costas da “besta de duas cabeças” e garantir um bom ângulo de ataque, mira a maça e acerta-o – a criatura berra, mas continua de pé.

O cansaço começa a atingir os aldeões, que com pouca experiência, não são capazes de dosar suas capacidades físicas... Gerald arfa, se movimenta com dificuldade e o “homem-carneiro” que com ele combate, aproveita a oportunidade. Ataca o velho cavador ferindo-o gravemente e levando-o ao chão. Após alguns instantes se contorcendo, o corpo de Gerald permanece imóvel... morto.

O incrivelmente, talvez os inimigos também estivessem sofrendo pela intensidade do combate pois a “besta-formiga” e o “duas cabeças” erram respectivamente Andras e Walcy.

O Minotauro berra! Urra! Xinga! Ergue empunhando com as duas mãos o machado e com um único e certeiro golpe, finca a mortal arma na testa do Valentim, dividindo o crânio em dois! O outrora galanteador Valentim nem mesmo suspira. O Campeão das Besta com a sola do pé, empurra o peito de Valentim para livrar o pesado machado daquele corpo sem vida.

Atendendo aos desesperados apelos de Rob, outros aldeões adentram na torre!!!

Jeremias tenta acertar o Minotauro e erra e Alex ataca a “besta-formiga” - por um golpe de sorte, ele acerta!

Opie que adentrava correndo a torre em auxílio a seus companheiros, nota uma linha de ataque para chegar ao “homem-carneiro” e nela segue, mas a corrida sobre o chão instável parece condenar o golpe a falhar...  porém, a maré parece começar a virar, e mais uma vez a sorte parece voltar a sorrir para os aldeões. Opie atinge o “homem-carneiro”, que continua de pé.

Quando enxerga a oportunidade Bronn, com o mangual, ataca o Minotauro e Attila cansado continua combatendo o “homem-carneiro”, mas ambos erram seus ataques.

O Campeão das Bestas avalia rapidamente os oponentes que tentam cercá-lo, de forma a preparar seu próximo ataque àquele que possa lhe parecer o inimigo mais perigoso. E aí seu destino foi selado. Praticamente ignorando a frágil figura de Jana, o Minotauro praticamente oferece o flanco desprotegido à galinheira que não deixa a oportunidade passar, com dois passos decididos à frente, finca profundamente seu forcado na barriga do monstro.  Atônito, o Campeão urra pela lancinante dor, larga seu machado, e com as duas mãos chega ao forcado na tentativa de retirá-lo de seu corpo. Puxa mas seus músculos já começam a falhar e o forcado permanece cravado no monstro. As pernas da fera cedem, ele ajoelha ao chão e lança um olhar de ódio aos aldeões que o cercam até pousar seu último olhar sobre Jana. Ainda com o olhar transbordando ódio, o Campeão das Bestas cai morto.

Os reforços já enchem o salão e Theor acerta um golpe no “homem-carneiro”.

Gallar com sua lança estuda a cena, com alguns passos se posiciona e inteligentemente encontra uma linha reta até a “besta-formiga” que combatia ferozmente Alex e Walcy, e que há poucos instantes havia assassinado Egg. O anão se posiciona, ergue a lança até que ela esteja na altura de seu rosto e com os olhos fixos na cabeça da besta, realiza um movimento fluido e contínuo. A lança passa próxima às cabeças de seus companheiros que assustados, voltam seu olhar para a origem do lançamento, Gallar, e ao retornarem seus olhos para a “besta-formiga” vêem a arma atravessada na cabeça da fera, que permanece imóvel por alguns instantes, para ir tombando para trás... morta.

Na porta do corredor norte, o combate é intenso. Attila, demonstrando cansaço, continua a duras penas trocando golpes com o “homem-carneiro”, apesar da ajuda de novos companheiros que chegam para ajudá-lo. Mas a besta está disposta a lutar pela alma do barbeiro. Numa ágil manobra, o “homem-carneiro” balança o corpo para o lado desviando do ataque de Attila e na sequência, faz um pêndulo e com força brutal crava sua adaga no peito do aldeão. O golpe é fatal. Attila cai morto no imundo chão da torre. Dinnegar vê a cena, e revida o ataque da besta, ferindo-o.

Ainda do lado oposto da sala, o “duas cabeças” desfere um ataque em Walcy que danifica ainda mais a cota de malha que o elfo havia recolhido na capela queimada, mas permite ataques quase simultâneos de Jeremias e Alex, sendo que este último acerta a criatura deixando-a bastante ferida.

Andras até o momento estava do lado oposto da sala combatendo o “duas cabeças”. Mas ele ouve o grito derradeiro de seu irmão Attila e ao procurá-lo, já o vê morto ao chão. Tomado por uma fúria que jamais havia experimentado, o pacato pastor atravessa descontrolado a sala, em busca de vingança contra aquele que havia derramado sangue de seu sangue. Ira e sorte se misturam no golpe de cajado desferido, que acerta em cheio a lateral da cabeça do último “homem-carneiro”, que praticamente explode com o impacto jogando um dos chifres para longe, e criando uma chuva de sangue que cobre o rosto de Andras. Com a força do impacto, o corpo da monstruosidade é jogado contra a parede e vai escorregado até o chão.

A ação agora se concentra do outro lado da sala, onde Opie tenta atingir a “besta de duas cabeças” que sozinha ainda resistia, mas acaba sendo mais uma vítima das peles ensopadas de sangue que se amontoam pelo chão, perde o equilíbrio e sua adaga acaba indo parar longe. Resta ao sorridente mercenário um último inimigo... Bronn se aproxima desse “duas cabeças” girando o mangual negro que havia pertencido a Florian com o qual o mercenário vai ficando cada vez mais confortável, e desfere um golpe no peito da criatura, que projetada como num salto para trás, cai morta ao chão.     


Um forte cheiro de suor se mistura ao odor de carne podre e sangue da torre. Com o rosto coberto por suor e sangue, Andras se abaixa próximo ao corpo de seu irmão Attila, e tentando enxugar um pouco das lágrimas que escorrem profusamente de seus olhos, vira o rosto em direção à porta da torre. Contra a luz do dia que entra pela porta e em meio a vários dos companheiros que ali se amontoam, Andras pensa ver uma figura alta, vestida numa reluzente armadura completa, um elmo prateado com asas em sua lateral na cabeça e uma vistosa espada longa. O cavaleiro estende seu punho cerrado em direção a Andras para em seguida trazê-lo de encontro a seu peito. Andras tenta enxugar as lágrimas, suor e sangue que turvam sua visão, mas quando abre novamente os olhos a figura não está mais lá.

 


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