quinta-feira, 15 de setembro de 2022

OLD DRAGON Sessão A18 Nos domínios de Cthulhu parte 2

 

14/09/2022

Lotar se afasta o mais que pode, enquanto o estranho homem cujos dedos começam a esticar e olhos surgem em seu pescoço tenta se aproximar gritando “Nãoooo!!”

Enquanto a estranha gosma negra de cheiro ácido e em cuja superfície vários olhos e bocas se abrem vai transbordando de dentro do vaso, Isiscarus e Gerardus dão passos para trás.

Bauron e Teebo vão de encontro ao homem “Fique onde está”, ordena. Como aquele continua vindo em direção do grupo, Bauron desfere um ataque com sua maça que não atinge o adversário.

O estranho homem mira um soco em Bauron, mas também erra. A gosma negra que havia terminado de se esgueirar de dentro do vaso agora vai se transformando numa massa disforme, cujos vários olhos e boca abrem e fecham constantemente, emitindo estranhos guinchos. Sua altura se equipara quase a de Gerardus, e de sua porção superior uma grande boca se abre... com um gorgolejar inumano, um jato de água fétido sai dessa boca nitidamente em direção da tocha de Gerardus, agora a única fonte de luz do grupo, mas erra.

Isiscarus rapidamente acende uma ânfora de óleo e arremessa contra a criatura. É evidente o rosto de desânimo do halfling quando a ânfora se espatifa pouco atrás da criatura, formando uma poça flamejante.

Gerardus ergue sua tocha e o medalhão com o escudo e o martelo, e a plenos pulmões clama por Exdos “Afasta-te criatura nefasta, pois tua vida já foi extinta e teus passos são afrontas a Exdos”... a criatura no mesmo ritmo de antes se vira em direção a Isiscarus.

Valgrim que já havia preparado seu arco, dispara uma flecha na direção do homem agora deformado que avançava sobre Bauron e Teebo. A seta se crava certeira no peito da criatura, as muitas bocas se abrem e um guincho estridente se faz ouvir. Aos poucos a forma vai se derretendo até se transformar numa massa inerte no chão.

A ação envolvendo a outra criatura se desenrola em torno da estranha mesa de pedra com manchas negras, de onde Isiscarus havia recolhido a estranha adaga ondulada. Para lá correm Valgrim, Bauron, Teebo e até mesmo um contrariado e apreensivo Lotar.

A criatura que havia emergido do vaso, agora produz algumas protuberâncias e duas delas se projetam sobre Isiscarus, uma delas acerta vigorosamente o peito do pequenino. Isiscarus devolve o ataque arremessando a adaga ondulada, que acerta a criatura. Um guincho horrendo se faz ouvir e parece que a massa onde a adaga encontrava-se cravada começa a se desfazer e derreter, até que a arma cai ao chão. A criatura se afasta.

Gerardus faz um golpe contundente com sua maça e com mais um guincho, um bom punhado da criatura se desprende e é arremessado na poça de óleo que queimava ali perto.  

Valgrim erra uma flecha e Bauron, soltando sua maça ao chão, também lança uma flecha contra a criatura. Bauron é mais feliz em seu ataque e sua seta se perde no meio da maça disforme. O guincho é desesperador e ecoa por toda a caverna enquanto vagarosamente a criatura vai se desfazendo ao chão.

A respiração é ofegante e barulhenta, o grupo se entreolha assim como olha para os corredores que chegam à sala. “Vamos dar uma última examinada nas coisas antes de seguirmos adiante” diz Isiscarus. “Vocês pretendem continuar aqui embaixo, é isso mesmo?”, pergunta incrédulo Lotar.

“Caro Lotar, a vida é uma eterna busca por riscos e riquezas” responde Isiscarus.

Dois dos quatro túneis que chegam a esta caverna estão bloqueados por desmoronamentos de rocha e terra. Além do túnel que utilizaram para alcançar a caverna, resta acessível aquele que a monstruosidade em forma humana utilizou.

Isiscarus percebe um estranho som de batidas vindo do fundo do túnel e sugere que ele e Teebo sigam a frente. Logo atrás Valgrim segue com Gerardus que ilumina parte do corredor. Lotar segue inseguro ao final.

O halfling vai progredindo pelo corredor e cada vez mais vai ouvindo o estranho som de batidas, tal qual uma janela que se debate em uma noite de tempestade. Teebo descreve uma pequena caverna, um gradil com uma porta ao fundo e uma mesa de madeira ao lado. Mas o que causa estranheza é a descrição de um poço no centro da gruta, de onde claramente o som das batidas emerge. Assim que a luz da tocha de Gerardus adentra o ambiente e chega aos limites do poço, imediatamente as batidas cessam.

Todos se retiram rapidamente de volta para a sala da mesa de pedra. O poço gera apreensão a todos.

“Sigo a frente agora e tento fazer um reconhecimento sozinho”, diz Valgrim. Lotar balança a cabeça incrédulo.

O anão adentra a gruta e na escuridão percebe claramente o som de batidas vindo do poço. Agora, tenso mas determinado, nota que sobre a boca do poço existe uma tampa de metal que o fecha e duas barras de metal atravessadas transversalmente a prendem, fixadas por cadeados. O anão retorna em disparada e repassa a informação.

“Já que está fechado, podemos fazer uma última investigação lá e retornamos para descansar nesta sala” propõe Isiscarus. “Descansar numa caverna com um altar maligno, você não está falando sério?” retruca Gerardus. Pálido e boquiaberto, Lotar observa incrédulo o diálogo.  

Buscando concentrar o foco de sua lanterna, Isiscarus segue a frente. Aponta o feixe para as paredes enquanto anda. A tensão aumenta no coração de todos, uma vez que a luz ilumina as paredes ao redor deixando o poço na escuridão e de lá o som das batidas inconstantes agora não cessam.

Isiscarus diz que há algo sobre a mesa, mas a escuridão é densa e precisará se aproximar. Gerardus em voz baixa responde “"Exdos providencia um caminho de luz, a escuridão está por aqui e toda parte aqueles que o duvidam podem vir a se perder... bom isto é só um conselho". O halfling cochicha sobre uma cota de malha, uma espada e algumas moedas de prata, que parecem estar ali há um bom tempo.

Apesar da voz baixa usada pelos companheiros, repentinamente as batidas dentro do poço param.       

O halfling olha rapidamente para o gradil. Uma porta com uma fechadura guarda atrás de si dois esqueletos presos às paredes por grilhões.

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