domingo, 10 de julho de 2022

OLD DRAGON Sessão B3 O portão antigo Parte 1

Sessão B3 08/07/2022

O grupo de anões encontra-se surpreso diante do antigo portal de pedra que encontraram em uma sala cuidadosamente construída nos limites da gruta dos goblins.

Gondorim examina a construção do portal, a forma que os blocos nas paredes estão dispostos e cortados, a altura da sala. Tem certeza de que não trata de uma construção anã. Mas, apesar de seus antigos estudos sobre as culturas e tradições dos povos que habitam Calenglad, não consegue determinar se poderiam ter sido construídos por artífices élficos.

Enquanto a velho permanece extasiado com a sala, Gundabad e Soturno encurralam o último dos goblins junto a parede, encolhido próximo ao pedestal de uma das estátuas. Notam que nas orelhas, ostenta asquerosos brincos adornados por dentes... Tentam agarrá-lo, mas a criatura grunhe, e se afasta dos anões. Das escadas surge Otto enfurecido gritando “Matam o desgraçado, matem esse verme fedorento!” Além da barba cortada, a boca escancarada de Otto exibe um espaço na dentição logo na parte da frente, e além do sangue seco grudado na lateral da cabeça do anão, os lábios também apresentam a sinistra marca.

Gondorim querendo resolver rapidamente a caça ao goblin, resolve lançar uma flecha na perna da criatura de forma a imobilizá-la, mas a seta sai um pouco alto demais e atinge a barriga. Com os olhos arregalados o goblin segura com as duas mãos a seta de olhos arregalados, e vai escorregando ao chão sobre a poça de sangue que se formava.

“Muito bem Gondorim, já não era sem tempo” diz Otto que segue resoluto até o goblin caído, examina os brincos do morto e sem cerimônia arranca uma das orelhas. Sem cerimônia e com orelha e tudo, Oto tenta encaixar o dente no espaço ensanguentado de sua boca “Isso vai dar trabalho” diz.

Depois de algumas palavras, Otto começa exigir que alguma atitude seja tomada quanto aos goblins, e aponta para o pobre Iga que agora se encolhe atrás de Gundabad. “Este é Iga, e foi ele que te salvou. Ele se voltou contra os outros goblins, nos alertou sobre um anão aprisionado no esconderijo e nos trouxe imediatamente até aqui. Não fosso Iga e a benevolência de Duncandin, jamais iríamos encontrar você”. Otto olha questionador para os demais, e uma vez que as palavras do clérigo não são desmentidas, bufa de raiva e pede alguma comida para ele e para os rapazes que estavam esfomeados. Com alguma coisa para ocupar seus estômagos vazios, retorna pelas escadas.

Thorn se dirige para a estátua a esquerda, Gundabad à direita. Eri e Gondorim voltam a examinar o portal enquanto Soturno, segurando o cabo da espada, fica no centro da sala com olhar perdido sem saber exatamente o que fazer.

Erisdrale avalia a altura do conjunto de formas em baixo relevo, que ficam praticamente na altura de seus olhos. Agora mais próxima do portal, a jovem anã nota que na parte interior dos batentes, a alguma altura em cada um dos lados, existem duas pequenas formas entalhadas em pedra, que talvez se assemelhassem a conchas ou cuias. Ela pede que se afastem e com a sua vara cutuca uma delas: nada acontece.

Thorn havia gasto um bom tempo examinando a estátua e agora parecia frustrado. Gondorim chama o calado anão, e pede que ele lhe dê suporte para examinar a outra formação no batente localizada por Eri. O velho tenta girar a peça, mas nada acontece. Nota que a parte superior da peça possui uma crosta de alguma coisa que há muito tempo envelheceu ali. Com a ponta de uma seta raspa a crosta e a examina. O cheiro lhe parece algum tipo de óleo a muito envelhecido.

Gundabad após algum tempo examinando a estátua da direita e não encontrando nada, recebe a ajuda de Soturno que tentam girá-la, sem sucesso. O clérigo então se senta diante da estátua, cruza as pernas e na linguagem dos elfos, que sem muito esforço rememora das horas e horas de dedicação a escritos religiosos que teorizavam sobre a origem das forças celestiais e a disputa eterna entre as forças da luz e das trevas que exigiram do jovem anão conhecer o suficiente daquela linguagem, começa a murmurar uma antiga oração aos deuses do povo da floresta.

Eri já terminado a investigação faz formas na porta, recebe das mãos de Thorn o estranho triangulo de latão que ao ser inserido no espeço correspondente da porta, encaixa perfeitamente... imediatamente uma leve iluminação azul clara emana das frestas do triângulo ocupada, e mais intensamente dos espaços que ainda estão vazios. “Minhas orações foram ouvidas! Os deuses dos elfos ouviram nossa súplica” grita Gundabad. “Realmente são chaves”, diz Eri, acho que vamos ter que vasculhar a caverna para encontrar as outras”.

Retornam a sala superior e encontram Otto e os dois rapazes. O anão avisa que do corredor de entrada, uma besouros grandes haviam se esgueirado e ele havia jogado algumas pedras. Recuaram.

Em fila resolvem seguir pelos corredores com destino ao salão principal, onde haviam encontrado a triangulo de latão. Soturno segue a frente seguido de Eri. Gudabad leva no ombro o corpo morto do suposto chefe dos goblins. Ao passarem pelo primeiro anexo, o que se encontra coberto por teias, já antecipando as ações, Eri encharca a entrada e as teias mais próximas com dois frascos de óleo. Uma vez que os rapazes e Otto estão com eles, acham melhor deixa-los em segurança antes de começar a ação.

Assim que retornam ao corredor, correndo pela parede um grande besouro negro, medindo cerca de 30cm, se aproxima do rosto de Soturno e borrifa de algum ponto da carapaça um estranho líquido escuro e fedorento. Soturno desvia rapidamente a cabeça evitando o spray, e apesar do cheiro desagradável, nota que se trata de algum tipo de óleo. Rapidamente o anão revida o ataque com seu martelo, e esmaga o besouro contra a parede.

Os anões que seguiam na dianteira tentam recuar um pouco, Gondorim mais atrás na fila começa a xingar os mais jovens e os empurra adiante “Seus cagões! Vão refugar pra uns bichos fedorentos presos na parede! Bate neles! Anda suas cabras gordas!”

Mais dois dos besouros correm pelas paredes. O primeiro deles pulam da parede na direção de Soturno e com a ponta de uma garra, arranha profundamente o rosto do anão. O besouro remanescente segue pelo corredor e tenta borrifar o líquido fedorento no rosto de Erisdrale. A anã desvia tranquilamente e com sua pequena espada, impala o bicho.

Soturno olha para o besouro que havia caído próximo a ele e sem cerimônias, levanta o pé e desce a pesada bota sobre as costas do enorme inseto. O besouro se debate desesperado, pula, mas fica preso junto ao chão embaixo do pé do anão.

Gondorim grita para que se afastem. Eri e Iga se espremem contra a parede do corredor, Gundabad abre as penas, e abaixado o velho lança uma seta que atravessa o besouro preso por Soturno. O inseto agora solta um sangue escuro e fedorento do ferimento causado pela flecha, mas ao invés de se debater, sobre pequenos espasmos e tremores. Gundabad se aproxima rapidamente e examina o inseto. Nota que havia por um bom tempo estudo a fisiologia de algumas criaturas e sabia que alguns fluidos produzidos por suas glândulas, assim como alguns órgãos específicos possuíam certas propriedades terapêuticas. Com uma adaga emprestada por Eri, se ajoelhou junto ao besouro e após algum tempo identificou uma glândula bulbosa e negra. Com extrema habilidade manejando a adaga, retirou aquela glândula. Concluída a extração, o besouro permaneceu inerte, sem vida. Olha para os companheiros, mostra a glândula “É daqui que sai o jato da criatura. Isso vai ser útil para nós.”

Olhando para a cena, Gondorim começa “Então era isso que você ficava fazendo, cutucando bicho e cheirando essas porcarias fedorentas que saem dele!” Gundabad retruca “Lembra aquela dor nas costas que você sentia velho? Lembra que a gente passava uma gosma esquisita que aliviou aquela dor? Adivinha de onde saiu aquela gosma...”. “Ainda bem que era dor nas costas, imagina se fosse hemorroida...” completa Soturno... os anões caem numa barulhenta gargalhada.

 Com a tal glândula guardada, o grupo segue direto para a sala onde o restante dos goblins permanecem presos. A maioria do grupo começa a vasculhar caixotes e baús.  Gundabad jogo o corpo do goblin morto diante dos prisioneiros e pede para Eri traduzir “Este é Iga. Ele eliminou o chefe de vocês, é um valoroso guerreiro. De agora em diante, ele é seu líder. Obedeçam-no, ou terão destinos terríveis”. Os goblins olham com olhos arregalados para os anões, e depois para Iga. Iga inicialmente olha assustado para os anões mas depois, confiante, encara os goblins assustados, que se curvam a seu novo líder.

Os anões reviram o ambiente: abóboras, sacos de cebola, pedaços de bacon e pernil salgado, uma gaiola de madeira com galinhas vivas, maçãs, uma barrica de aguardente e dois barris de vinho, sacos de milho. Thorn encontra um anzol com linha e um rolo de corda. O rolo guarda para si. Soturno vai até a barrica de aguardente e começa a limpar o corte no rosto. Gondorim lhe oferece um pouco de sabão.

Os rapazes dizem que alguns produtos vieram de sua fazenda. Otto diz que vários outros ele havia comprado para levar para Ironia, mas que não havia encontrados o dinheiro que portava.

Eri pergunta os goblins sobre dinheiro. Um deles sugere um dos cantos da caverna onde alguns caixotes estão empilhados. A anã segue até o local revira os caixotes e examina as paredes ao redor e o chão. Logo atrás de onde estavam os caixotes, nota que havia um amontoado de pedras pequenas junto a parede. Testa cautelosamente o local, começa a retirar algumas pedras e descobre que cobriam uma pequena passagem para uma outra caverna. Mandam que um dos goblins termine o serviço. Com a passagem limpa, identificam uma nova caverna e no centro, um baú pequeno e um caixote. O goblin arrasta para fora os novos achados.

No caixote, uma pederneira, frascos de óleo, uma mochila de couro e um canivete. O pequeno baú está trancado com um pequeno cadeado. Encontram no corpo do chefe goblin uma pequena chave presa por uma tira de couro em volta do pescoço, que quando testada, abre o baú.

De dentro do baú, Eri logo retira uma pedra azul bem clara que mostra a todos. Thorn, relembrando de um passado não muito distante, rapidamente diz “Azurita. Valiosa”. Dentro do baú, além de algumas peças de ouro, outras de prata e um bom punhado de cobre, encontra duas pepitas que Otto rapidamente diz que pertencem aos cofres de Ironia.

Remexendo o fundo encontra uma fina corrente de prata na qual está presa uma delicada estrela no mesmo material. Num dos cantos do baú, uma grande estrela de prata que deveria possuir seis pontas, mas duas delas estão faltando. Procuram pelos pedaços que faltam no fundo baú, mas não os encontram. 


 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário