sábado, 23 de julho de 2022

OLD DRAGON Sessão B5 O portão antigo Parte 3

22/07/2022

A imagem do corpo da elfa diante do grupo de anões causa desconforto em todos. Apesar dos trajes parecerem conservados, a pele é seca e frágil. Existem ferimentos no rosto e no tronco, que Gundabad acredita serem semelhantes aos que Soturno havia recebido.

Perguntam aos goblins se sabiam desse corpo, ao que respondem que não. Olham para a estrela bordada na túnica da elfa e resmungam entre si. Os anões já haviam notado a semelhança do bordado com o pequeno pingente no cordão de prata que encontraram no baú com os tesouros dos goblins. Perguntam sobre a origem do cordão. Os goblins explicam que encontraram dentro de uma mochila jogada ao chão numa caverna mais adiante, antes da escadaria. Mas que nada sabiam do covil da aranha, apenas que dado as teias e a movimentação ao fundo, evitavam a entrada.    

Gondorim toma a frente diz “Já ouvi histórias de elfos que sofrem mortes violentas, e após sua passagem, se tornam criaturas desmortas cruéis que com gritos terríveis são capazes de matar. Ande Gundabad, faça os ritos. Encomende esse corpo”.

Quando Otto vê a cena, lembra que Soturno ainda precisa de cuidados. Já havia acendido uma pequena fogueira e tinha numa panela amassada, um pouco de aguardente e folhas de boldo. Eri com a ponta de uma adaga pinga duas gotas do veneno que havia recolhido da aranha gigante e Otto inclui várias pétalas de calêndula à mistura. Após fervida, fazem o desacordado Soturno beber o chá.

Gundabad retorna à elfa, enrola em suas mãos o cordão de prata com a estrela, e ora para que os deuses dos elfos recebam a alma daquela filha em suas moradas. Pinga em sua boca as últimas gotas do chá que administrara a Soturno.

Incomodados com o estado do corpo, resolvem investigar mais uma vez o covil da aranha. Eri e Gundabad descobrem no fundo do covil, um pequeno amontoado de teias pendurado no teto. Conseguem alcançá-lo, e abrindo-o com uma adaga, notam um morcego morto cujo aspecto da pele muito se assemelha ao da elfa.

Thorn fala que não compreende a presença da elfa sozinha nesta caverna.

Na sala dos caixotes, Soturno começa a readquirir a cor. A respiração parece mais regular e o suor cessou. Gundabad e Otto acompanham sua recuperação.

Pretendem investigar a sala das estranhas luzes logo na entrada da caverna, que os goblins confirmam serem de besouros de fogo, em busca das partes faltantes da estrela de prata e da terceira chave. Como o dia já avançava, resolvem descansar. Durante a noite no último turno de vigília, Thorn abate um dos besouros de óleo que espreitava pelo corredor norte.

Na manhã escura dentro da gruta, o resto praticamente recuperado de Soturno anima os companheiros. “Obrigado por salvarem minha vida” diz o robusto anão.

Juntos os exploradores seguem até a última caverna, que segundo os goblins é povoada por besouros de fogo. Sua entrada é larga, porém o piso é bastante inclinado: do lado direito a distância do chão ao teto tem cerca de 30 cm e gradativamente vai aumentando até atingir cerca de 1,80m no extremo esquerdo. Soturno a esquerda e Gundabad a direita seguem na dianteira, Eri logo atrás prepara sua funda e atrás seguem Thorn e Gondorim com arcos preparados. Notam um globo vermelho no teto e três no fundo da sala. Assim que ultrapassa o corpo do fazendeiro que jaz no centro da sala, Thorn e Gondorim disparam contra a criatura no teto, derrubando-a morta. Os demais besouros se aproximam do grupo, dois pelos flancos e um pelo centro. Gundabad pede que não ataque os dois mais próximos a ele, e espera que as criaturas estejam próximas o suficiente para invocar as dádivas de Duncandin sobre eles... mas as criaturas são ágeis e a que vinha pela extrema direta ataca selvagemente a perna do sacerdote causando um ferimento extenso. Notando o risco da situação, Gondorim evoca um encantamento que instantaneamente põe os dois besouros para dormir. No outro extremo, Soturno relembrando de sua péssima experiência com as aranhas, esmaga sem pensar o besouro de fogo que se aproxima.

Gundabad sente o sangue escorrendo por sua perna e retorna a entrada da gruta para se recuperar, Gondorim o acompanha. Thorn vê as duas criaturas estáticas e aqueles globos vermelho brilhantes trazem à tona memórias que o mineiro gostaria de evitar. Guarda seu arco, empunha sua picareta e sem pestanejar mata as criaturas.

Soturno e Eri investigam o fundo da caverna, mas além de excremento de besouro e pedras espalhadas, nada encontram. Na volta recolhem o corpo do fazendeiro e o trazem para a entrada do covil. Soturno recolhe dele 2cp que entrega aos órfãos. Gondorim sugere que coloquem as moedas nos olhos do pai em seu sepultamento, para que sua passagem para a outra vida seja paga.

Decidem voltar até a sala do portão para novas tentativas. Gundabad permanece na sala dos caixotes com Otto.

Experimentam a estrela de prata quebrada no espaço correspondente, ela encaixa e a luz continua emanando do fundo. Gondorim experimenta girar a estrela dentro do espaço, funciona mas nada diferente acontece. Eri resolve girar o triângulo de latão dentro de seu espaço: a peça gira e um alto som é ouvido, como se uma trava fosse solta. “Precisamos de um ferreiro” declara Thorn. Soturno diz que pode tentar.

Retornam à sala dos caixotes e Soturno começa a trabalhar. Lembrando os ensinamentos do ferreiro Maxyggor, que havia tomado Soturno por aprendiz, este recolhe 8 moedas de prata a começa a bater seu martelo juntando as peças tentando formar as pontas separadas faltantes na estrela. Maxyggor havia mostrado algumas técnicas de modelar e unir peças de prata sem derretê-la, criando sutis encaixes. Apesar de uma junção frágil, se cuidadosamente manipulado pode se manter unido. Depois de bater até o início da noite com seu martelo sobre caixotes e prensas improvisadas com ripas de madeira e ajustar cuidadosamente espessuras e ângulos, finalmente deu seu trabalho por concluído. Gondorim havia sugerido finas laterais que encaixasse as duas pequenas pontas à peça principal. Soturno sente os braços cansados e não consegue produzir a sutileza necessária para esses encaixes. Thorn toma seu lugar e com as orientações de Soturno, tenta ajustar os sutis encaixes, mas apesar do esforço, não consegue um resultado eficiente.

“É tarde, descansemos. Amanhã será um novo dia” declara Gondorim.


 

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