18/11/2022
A porta que Soturno observa, de metal e adornada com uma grande caveira, é igual às que já haviam visto anteriormente mas certamente esta sala é diferente.
Retornar? Seguir adiante? Por alguns instantes os anões olham uns para os outros.
“Acho melhor vermos logo o que tem depois dessa porta, por mais que não goste da ideia de reencontrar meu amigo esquelético” diz Erisdrale tentando amenizar o clima. A anã se adianta e localiza na cavidade do nariz da caveira, o dispositivo que destranca a porta.
Soturno mais uma vez é o primeiro a adentrar o corredor, e avisa que ali não há luz. Em fila indiana, anões e goblins seguem adiante.
O novo corredor segue na direção sul, e após não mais que 4m alcançam uma sala onde existem cadeiras forradas em roxo, uma mesa de centro derrubada e seu de vidro estilhaçado no chão. Alguns olham ao redor e identificam o pequeno anexo de onde anteriormente retiraram vinho e conhaque. Alguns se sentem aliviados ao chegar a uma sala conhecida, mas aos poucos todos se viram e encaram a nova porta de caveira fechada. “Chegamos afinal...” diz Eri, “vamos seguir”.
A porta é destravada e rapidamente Soturno seguido de Gundabad adentram o corredor. Passam sem perder tempo pelo cadáver com a capa verde que jaz adiante. Oram a Duncandin que lhes dê a sorte da surpresa. O corredor vira ao sul, e se alarga. Pouco adiante uma sala se abre.
A visão no escuro dos anões revela uma sala de bom tamanho, na parede oposta uma pintura que têm dificuldade de reconhecer detalhes. Uma espécie de plataforma com dois palmos de altura ocupa o centro da sala, uma espécie de mesa sobre a plataforma, e duas colunas com 1,40m de cada lado.
Mas o que rouba a atenção de Soturno e Gundabad, é o grande esqueleto que deixa o lado direito da plataforma e se dirige à porta, em direção a eles. A espada brilha vermelha, e o estranho amuleto de pedra azul, reflete intensamente sua luz.
Aos gritos os primeiros anões se espalham pela sala, Erisdrale e um dos goblins, carregando uma espada curta seguiam logo atrás e tentam se posicionar: a anã atrás de seus primos, o goblin encarando ferozmente o esqueleto.
Zumba, o goblin, é o primeiro a atacar e aproveitando que o esqueleto parece observar atentamente a movimentação de Eri, desfere um golpe perfeito que estilhaça diversas das costelas e parte da bacia do desmorto.
Erisdrale tenta com sua funda, Thorn e Gondorim com seus arcos, mas todos erram. Gundabad hesita, assombrado por mais uma vez estar diante de uma criatura que tão fortemente se opões às palavras de Duncandin. Soturno tenta se posicionar entre o esqueleto e os primos e com seu escudo consegue impedir o avanço do inimigo.
Como anteriormente, a pedra azul intensifica seu brilho, para logo em seguida desvanecer um pouco. Os anões notam que parte da bacia que havia se quebrado é reconstituída. E apesar de seu interesse por Eri, o esqueleto se vira e tenta acertar Zumba, mas excitado pelos gritos dos companheiros, desvia do golpe.
O goblin então desfere novo ataque que mais uma vez acerta a bacia recém recuperada e espalhas vários estilhaços de ossos. Com ossos quebrados e com Soturno pressionando seu escudo contra ele, o esqueleto tem dificuldade de se movimentar.
Eri olha praquela criatura que já demonstrou seu hediondo interesse pela anã, e gira sua funda. Sente um calafrio correr sua espinha quando pensa no que poderia acontecer se o esqueleto vencesse as barreiras e chegasse até ela, e gira ainda mais a sua funda. Pensa em seu corpo sem vida no chão de pedra frio desta sala.... e gira furiosamente sua funda. E solta.
Havia mirado na pedra azul turquesa, mas não a acerta. Porém a pedra passa a centímetros do amuleto, e encontra a espinha dorsal do esqueleto. É alto o som de ossos se quebrando e estilhaços voam em várias direções. Com a espinha partida em duas, a parte superior do corpo cai para um lado, enquanto a inferior para outro.
Os goblins gritam em êxtase! Os anões respiram aliviados.
Gundabad reúne os goblins e discursa sobre a dádiva que receberam de Duncandin, abençoando seus braços.
Thorn fica um pouco distante, observando os demais e o corredor de entrada.
Gondorim, Eri e Soturno se aproximam da suposta mesa. Sobre ela identificam um sarcófago, com tampo de vidro. Dentro, um cetro, um anel em um dos dedos e duas pedras negras cobrem os olhos do corpo..... de Nergal!
Enquanto Eri e Gondorim observam o corpo e a tampa de vidro, Soturno tenta entender os escritos talhados na pedra do sarcófago. Um clarão amarelo envolve os três e assim que Thorne e Gundabad voltam a olhar, os corpos de seus três parentes jazes jogados ao chão.
Temerosos, se aproximam com cuidado. Thorn aos poucos vai puxando o corpo de Gondorim de cima da elevação, e ao examiná-lo, nota que está dormindo. Menos tenso, prepara uma peça para o tio e coloca um pedaço de osso do esqueleto em sua boca.
Amarela observa interessa e rapidamente abocanha um fêmur do desmorto e fica circulando pela sala.
Thorn e Gundabad acordam os outros, e após o susto, Gondorim, Eri e Soturno voltam a examinar o sarcófago.
Erisdrale acredita que não há armadilhas. Soturno começa a suspender o tampo de vidro quando rapidamente duas lâminas são projetadas de suas laterias. Eri pula para trás, mas Soturno não é rápido o suficiente. Sua mão é cortada e o tampo cai no chão se despedaçando. Eri comenta que Soturno teve muita sorte, a lâmina poderia ter decepado a mão do anão. “Isso foi só um arranhão, fica tranquila” responde o anão.
Gondorim, vagarosamente, toca o estranho cetro em forma de aranha. Nada acontece. Notando esse movimento, Eri rapidamente retira as duas pedras negras (obsidianas) dos olhos (abertos) de Nergal e dá um pulo para trás. Soturno, sem cerimônia, recolhe o anel.
Thorn nota que Amarela fica parada por algum tempo encarando uma das paredes. Ao examiná-la, o anão descobre uma cortina mágica que escondia uma das portas de caveira. Eri não consegue abrir esta, e Soturno arrebenta sua trava.
Um pequeno anexo se revela. Estantes e prateleiras de pedra possuem algumas caixas, tubos e outros objetos.
Na parede ao fundo, uma outra pintura. Um velho em trajes escuros, cabeça parcialmente coberta por um capuz e olhar penetrante, folheia um livro.
Na lombada, Gondorim lê: “Necronomicon.”
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