quarta-feira, 19 de abril de 2023

FastPlay com o DM Quiral... "Saaaaalve aventureiro!!!!"

Se você está passeando por este blog, é praticamente certo que já ouviu aquela chamada... "Saaaaalve aventureiro", seguida de uns tapinhas na capa do livro que está aparecendo na sua tela.

Tive a oportunidade de rolar uns dados com o DM Quiral, responsável pelo excelente canal do YouTube que leva o mesmo nome e do zine d20Age, que acabou se metamorfoseando no d20Age RPG, cuja versão "Fast Play" (coincidência...) foi recentemente lançada e está disponível em https://www.drivethrurpg.com/product/428523/d20age-RPG.,

Então, conheça mais um pouquinho desta enigmática figura.



1) Primeiro RPG?

R: D&D Rules Cyclopedia.

2) RPG de Cabeceira?

R: Sem dúvida, d20Age RPG.

3) Presencial ou Virtual?

R: Presencial! Mas eu valorizo e jogo muito RPG online, porém para o meu jeito de jogar, tudo deve ser o mais fácil e simples possível, com foco em simular o RPG analógico.


4) Material físico ou digital?

R: Físico, eu não gosto de ler PDF, gosto de página marcada, cheiro de livro...

5) Uma Classe?

R: Arcanista (se não conhece, leia o d20Age RPG 🙂)

6) Teste de atributo?

R: Coisa do passado. Esse tema está mais que superado.

7) Aventura ou Campanha?

R: Campanha sempre. O RPG que pratico e proponho funciona muito melhor em campanhas. Aventuras pontuais, seja no modo tiro curto (one shot) ou em poucas sessões são excelentes como degustação, mas perde-se muito da experiência de jogo se não jogar campanhas médias ou longas.

8) Aventura Favorita?

R: B2: The Keep on the Borderlands (NdE. D&D Gary Gygax, 1979). Muito mais do que uma Aventura sensacional, é um tutorial incrível de como criar o seu mini-cenário para campanhas no estilo sandbox, uma aula.

9) Sessão Inesquecível?

R: São várias. O RPG é meu hobby favorito, e seria impossível definir uma favorita, na realidade. Praticamente toda sessão tende a ser extremamente divertida para mim. Mas para não ficar em cima do muro, cito a minha primeira sessão de RPG: RPG de garagem, anos 90, um pote com um dado de cada no meio da mesa, o mestre do jogo com seu caderninho de anotações, e nós com nossas primeiras fichas de RPG (a maioria iniciante). Meu primeiro personagem foi um elfo: FOR: 13, INT: 13, SAB: 10, DES: 14, CON 12, CAR: 8.

Aceitamos uma oferta de um explorador de joias que estava no vilarejo para irmos investigar uma fenda, cerca de uma hora de caminhada à nordeste dali, que ele acreditava ter minerais de extremo valor. Na viagem tivemos um encontro aleatório, nas matas... um urso faminto, violento e feroz. Talvez tenha sentido o cheio do pão com mel que Gallager, o clérigo, comia... talvez apenas quisesse nos afugentar de sua zona de caça. No momento de impasse, a criatura olhando para nós à distância, fez com que alguns de nós, afoitos, atacassem a criatura com lanças e flechas... o urso não titubeou, partiu feroz para cima de todos, e dilacerou Ivo, o ousado. Todos fugiram apavorados, de maneira aleatória. O urso perseguiu por curto tempo um de nós, mas desistiu rapidamente... talvez voltou para se alimentar de Ivo, vai saber.

Quando descemos esgueirando pela fenda, com cordas, chegamos ao fundo... cogumelos e fungos por todo o lado (uma regra que ouvimos de um veterano de RPG: há três regras básicas para nós. 1. Nunca se separem; 2. Se é amarelo, não toque!; 3. Nunca siga conselhos de um clérigo (mais tarde, a regra mudou para paladino, rs) Um mar de cristais brilhantes por todo o lado, começamos a avaliar tudo, e tentar arrancar os cristais com martelinhos de extração. Nesse momento, dois deles se levantam, “homens de cristal”, e nos surpreendem... lembro que meu elfo foi empalado surpreso, e outros fugiram desesperados, sem muita recompensa....

Apenas de uma proposta simples e desfecho com tom de derrota, foi uma lição que guardo para a vida (eu tinha cerca de 10 anos): se a proposta do jogo são personagens que arriscam sua vida em aventuras, perder personagem é uma consequência natural e aceitável. Isso torna o sucesso muito mais saboroso!

E tem mais, toda a experiência foi incrível, a negociação com o contratante, o preparo para a pequena jornada, a viagem, e encontro com o urso... tudo no teatro da mente. Esse tipo de magia eu não quero deixar de revisitar semanalmente, em minhas jogatinas.          

10) Não joguei, mas queira experimentar

R: DCC Dying Earth.

11) Cersei Lannister ou Morgana Le Fay?

R: A fada Morgana!

12)Preparar ou improvisar?

R: Sempre se preparar para improvisar bem. Nenhuma preparação deve ser feita com intuito de prever ou antecipar o que participantes farão, isso é perda de tempo. Mas se preparar para dominar bem a proposta de uma aventura, as nuances do pequeno cenário de jogo e as regras ferramentais são fundamentais para jogar um jogo bem jogado. Isso traz consistência, além de permitir, de maneira fluida, um jogo guiado pela decisão de quem está jogando, e você reage com improviso por cima. Mas é um improviso sustentado por boas ferramentas de jogo.

13) Livro Inspirador?

R. Conan, o bárbaro (de Robert Howard).

14) Filme ou Série Inspiradora?

R. Sempre livros. São a melhor fonte para mim. Mas deixarei uma trinca de filmes clássicos aqui, em ordem de lançamento:

Os caçadores da Arca Perdida (1981)

O feitiço de Áquila (1985)

Willow, na terra da magia(1988)

Nota: Deixo um extra bem na zoeira, mas que é ótimo: The Gamers (2002) 

E o espaço agora é seu: 

Vida longa ao RPG artesanal!!!


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