quinta-feira, 25 de agosto de 2022

OLD DRAGON Sessão A17 Nos domínios de Cthulhu parte 1

 

24/08/2022

Quase congelados os aventureiros observam a grande estátua que quase toca o teto da caverna. As duas figuras em mantos negros diante dela permanecem imóveis. Sinalizam para que Gerardus, que carregava a tocha, se afastasse um pouco para evitar que chamassem atenção.

Em rápidas palavras decidem evitar o confronto e seguir o mais cautelosamente possível se esgueirando junto a parede de rocha a esquerda e tentar alcançar a próxima rampa a ela adjacente. Com os corações pulsando nas gargantas, chegam ao corredor.

Após vencerem a íngreme rampa os conduz chegam ao novo corredor e logo adiante identificam nova bifurcação. Optando pelo caminho à esquerda, Bauron toma a dianteira seguido do inseparável Teebo, Gerardus aproveita que a tocha se extinguia e espera a orientação do anão para acender uma nova. “O túnel fica largo, quase uma sala. Muita areia no chão. Tem muita pedra junto das paredes... tem alguma coisa coberta ali dentro, perto da parede” reporta o anão.

Isiscarus tenta ouvir algum tipo de movimentação vindo da sala, se há respiração... e fica preocupado quando nota uma respiração arfada e intensa... vindo de Teebo! O halfling cutuca o kobold, e tenta identificar algum tipo de vibração no solo, mas nada sente.

Gerardus finalmente acende a tocha e Valgrim se aproxima da forma, nota que uma quantidade considerável de areia cobre o tecido e identifica um pé cadavérico que escapa da ponta da coberta. De uma só vez puxa a capa e revela um esqueleto envolto em restos de trapos negros. Valgrim, Isiscarus e Gerardus se aproximam para investigar o corpo.

Lotar e Bauron seguem até o fundo do túnel e descobrem que várias rochas cobrem o que poderia ser sua continuação, e supõem que outro desmoronamento pode ter ocorrido ali.

Gerardus nota que o crânio possui um afundamento e uma fratura, e acredita que aquela pessoa pode ter sido vítima do desmoronamento. Valgrim descobre junto ao corpo uma placa de bronze já danificada pelo tempo com uma representação que em muito se assemelha ao rosto da estátua que haviam encontrado.

Valgrim permanece alguns minutos pensando e memórias passadas vem a sua mente. Nas cavernas abaixo da Árvore Morta o anão conseguira traduzir uma inscrição numa língua antiga que citava um nome, e Gerardus havia mencionado cultos a deuses ancestrais que habitavam as profundezas... era isso, Cthulhu era seu nome, uma sombria divindade perdida no tempo que adormecida no fundo do mar esperava o momento de sua volta. Calafrios trespassam as espinhas dos aventureiros e Lotar questiona Valgrim que ele levaria o estranho disco com a imagem de Cthulhu. O anão olha para Lotar e repentinamente joga o disco na direção do nobre, que se afasta horrorizado do objeto. Isiscarus cuidadosamente recolhe a peça de bronze e guarda em sua mochila.

“Acho que agora podemos nos retirar” declara Lotar. “Caro Lotar, a coragem não é encarar qualquer desafio, é saber julgar aqueles que podem ser encarados e os que devem ser evitados. A virtude está na justa medida, o caminho do meio“ responde o halfling, tomando o caminho à esquerda na bifurcação.

Após caminharem por alguns metros num corredor natural, notam que as paredes foram aplainadas nessa altura e nelas existem uma infinidade de figuras talhadas na pedra representando mais uma vez peixes e a vida submarina, e dentre eles, Cthulhu se apresenta em toda a sua magnificência. As paredes ali são úmidas e em sua base pequenos cogumelos coloridos. Apesar do interesse de alguns, Isiscarus sugere deixá-los para trás.  Continuam no corredor e depois de uma curva à direita notam que retornaram a grande sala da estátua de Cthulhu.

Decidem voltar pelo caminho que haviam percorrido e atacar pelas costas as figuras abaixadas diante da estátua. Isiscarus empresta uma adaga a Bauron, Gerardus segue logo atras com seu escudo. Valgrim fica atento ao ambiente e Lotar fica próximo ao corredor que leva a sala do portal.  

O ataque acaba sendo atrapalhado pela tensão do momento, e o que deveriam ser golpes limpos nos pescoços das vítimas, se tornam esbarrões em corpos tropeços no momento decisivo. Mas o desespero do trio ao perceber a desajeitada tentativa, se transforma em alívio quando notam duas caveiras rolarem de dentro dos mantos negros.

Vasculham os corpos e encontram mais um disco de bronze e agora um outro em prata bem conservado pendurado numa corrente no mesmo material. Valgrim faz menção em arremessar uma das caveiras no lago próximo, mas Isiscarus o convence de deixar a água em paz. Sem encontrar sinais de fraturas nos esqueletos, Gerardus sugere que essas pessoas podem ter ficado presas na caverna pelos desmoronamentos.

 Decidem seguir para a última das rampas. No fim da subida e após um breve corredor, chegam numa caverna larga. Alguns corredores em suas laterais, ao fundo algo semelhante a uma mesa de pedra. Diante dela, mais uma forma sob uma capa negra. Pensam identificar uma bancada após a mesa e há um painel gravado na pedra lisa atrás desse balcão. Valgrim se aproxima do corpo, outro esqueleto, enquanto Isiscarus e Gerardus vão até a mesa. Lotar permanece próximo a entrada da sala e Bauron observa o grupo a alguma distância.  

Valgrim recolhe mais um símbolo em prata deste cadáver, mas também encontra junto um pequeno saco e quando identifica dentro dele uma pedra verde oliva e duas pedras rosa claro, as guarda discretamente.

A superfície da mesa parece marcada por estranhas e irregulares manchas escuras, e dela Isiscarus recolhe uma incomum adaga. Ladeando o balcão Gerardus descobre dois grandes vasos de cerâmica, de aproximadamente 1,30m de altura. Sobre o balcão Isiscarus descobre uma bandeja de prata, sobre ela uma bela e fina tiara num metal mais claro que a prata, mas que reflete vividamente a luz da tocha. Duas pedras verde-oliva também estão sobre a bandeja.

O olhar dos aventureiros então é capturado pelo painel na parede. Rodeado das mais diversas figuras observam uma grande figura de Cthulhu, imensa em proporção a representação das pessoas a seus pés. Uma das mãos da estranha divindade se projeta a frente, com se tentando segurar um estranho objeto cúbico, cujas faces são regularmente adornadas.

“Pessoal... pessoal.... pessoaaaaaallllll!!!!” todos se viram repentinamente para Lotar, que aponta para um dos corredores adjacentes.  Na entrada notam um homem alto, cerca de 1,90m, trajando vestes simples e sujas. Ela olha para o grupo com olhos arregalados, e diz “Me ajudem”.

Após alguns instantes de silêncio, Isiscarus diz “Sim, sim, vamos ajudar... vamos” e aos poucos vai esticando a mão na direção da bandeja e rapidamente despeja ela e seu conteúdo na mochila. Gerardus examina rapidamente o conteúdo do vaso ao seu lado, uma estranha substância negra com um forte odor de vinagre, muito ácido e concentrado.

O estranho homem dá alguns passos na direção de Lotar e diz “Me ajudem”, e o nobre rapidamente se desloca para junto do grupo.

Gerardus nota alguma coisa estranha na fala do homem, a maneira de pronunciar as sílabas, algum incomum.

Isiscarus dizendo que iriam ajudá-lo vai até o vaso examinado por Gerardus e olha lá dentro.

“Deixe estar” diz o homem a Isiscarus, “Me ajudem” repete, e faz menção a seguir pelo corredor de onde havia saído.

O halfling pega rapidamente uma parte da haste de encaixe e a insere dentro do vaso.

“Nããããããããooooo!!!! Nããããããaõooooooo!!” ouvem a voz enfurecida do homem vindo em direção ao grupo.

De dentro do vaso, uma estranha substância negra começa a transbordar. Estranhos pseudópodes se projetam. O cheiro de vinagre se espalha. Horrorizados, Isicarus e Gerardus notam que na substância olhos e bocas se abrem, que emitem um som áspero e irritante.

Valgrim e Lotar olham para o homem que agora se aproxima do grupo e notam que de seus braços, tentáculos começam a se projetar, em seu pescoço olhos e bocas se abrem... “Nããããuuuuurrrroooorrrr!!!!” ouvem. 


 

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